Investigação expõe o político e outras quatro pessoas pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito
A Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil do estado deflagraram, nesta quarta-feira (3/9), duas operações simultâneas. Batizadas de Zargun e Bandeirantes, as ações têm o mesmo objetivo: desarticular uma organização criminosa ligada à cúpula de uma das maiores facções do país, o Comando Vermelho (CV). O grupo é especializado no tráfico internacional de armas e drogas, na corrupção de agentes públicos e na lavagem de dinheiro.
O ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido como TH Jóias, foi denunciado por suspeita de envolvimento com a facção. Ele foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e já havia sido expulso do partido por meio de nota oficial. Outras quatro pessoas também foram denunciadas por participação nos mesmos crimes.
O grupo é acusado de manter vínculos estáveis com a facção, atuando nos Complexos da Maré e do Alemão e na comunidade de Parada de Lucas. Os suspeitos são apontados como intermediários na compra e venda de drogas, armas e equipamentos antidrones, usados para dificultar operações policiais, além de movimentar grandes quantias em dinheiro para financiar as atividades da organização.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Th Jóias teria usado o mandato para favorecer a facção, nomeando criminosos para cargos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e intermediando diretamente a compra e venda de drogas, armas e aparelhos antidrones, além de efetuar pagamentos a integrantes do Comando Vermelho.
Outros dois suspeitos também foram denunciados por envolvimento com a facção. Um deles é apontado como líder responsável pelo controle financeiro do grupo; o outro atuava como tesoureiro, cuidando do armazenamento de drogas, de valores milionários, pagamentos e intermediação de negociações de armas e munições.
O quarto denunciado fornecia equipamentos especializados à facção, especialmente dispositivos antidrones. A quinta acusada, nomeada para um cargo na Alerj, servia como elo entre o grupo criminoso e o Legislativo, ajudando a acobertar as atividades do tesoureiro, com quem é casada.
Simultaneamente, a Polícia Federal cumpriu 18 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão. Também determinou o sequestro de bens e valores dos investigados, totalizando R$ 40 milhões, além do afastamento de agentes públicos e da suspensão de atividades de empresas usadas para lavagem de dinheiro.
As autoridades ainda determinaram a transferência emergencial de lideranças da facção para presídios federais de segurança máxima. No balanço final das operações, 15 pessoas foram presas.
Tribuna Livre, com informações da Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ)