A decisão da Mastercard de retornar ao mundo da Fórmula 1 não foi um palpite, mas uma escolha meticulosamente calculada. Raja Rajamannar, executivo de marketing e comunicação da empresa, revelou que a seleção da escuderia parceira passou por uma análise profunda. O objetivo era identificar a equipe com o maior potencial, os melhores pilotos e, surpreendentemente, o maior apelo entre o público feminino. A McLaren se destacou em todos os quesitos, especialmente no quesito emocional.
“Mais de 40% da audiência da F1 é feminina, e as mulheres são responsáveis por quase dois terços das decisões de compra com cartões”, explicou Rajamannar. A McLaren se mostrou a favorita entre este importante segmento.
A compatibilidade entre as duas marcas foi notável. Zak Brown, antes de se tornar CEO da McLaren, construiu uma carreira no marketing, o que facilitou o entendimento mútuo. “Falávamos o mesmo idioma. O foco em fãs e a mentalidade de marca eram idênticos”, disse Rajamannar. A partir daí, a parceria se concretizou rapidamente. A McLaren, que não possuía um patrocinador principal como outras equipes, encontrou na Mastercard o parceiro ideal. A cor papaya, símbolo da equipe, passou a integrar a identidade visual compartilhada.
Além do visual e da performance nas pistas, a parceria se destaca pela estratégia de marketing precisa. A Mastercard transformou sua presença na F1 em experiências exclusivas, conectando consumidores e parceiros à atmosfera das corridas. O “Lounge Priceless McLaren”, presente em cada Grande Prêmio, personifica essa estratégia, oferecendo um espaço com as cores das marcas e acesso aos bastidores. A empresa lançou ainda o primeiro McLaren Mastercard, começando pela Romênia, oferecendo benefícios e experiências personalizadas para os fãs da escuderia.
A estratégia reflete o equilíbrio entre tecnologia e emoção que a Mastercard busca. “Não vendemos tecnologia — usamos tecnologia para criar o que os consumidores realmente querem”, afirma Rajamannar. Na F1, isso significa transformar dados e informações em experiências concretas, como visitas à garagem e o programa Team Priceless, que leva fãs para acompanhar a equipe em corridas ao redor do mundo. A flexibilidade e a colaboração da McLaren foram fundamentais para viabilizar iniciativas como o Next Junior Engineer, que proporcionou a uma jovem de 15 anos a experiência de um dia como engenheira na fábrica da equipe.
Segundo o executivo, o sucesso na era digital depende da capacidade das marcas de entenderem profundamente seus consumidores. “O segredo é realmente entender o que eles sentem, o que desejam e transformar isso em soluções significativas”, conclui Rajamannar. A parceria entre Mastercard e McLaren demonstra que, no marketing contemporâneo, vencer vai além da velocidade: trata-se de criar conexões.
Fonte: forbes.com.br











