10/11/2025

GDF impulsiona crédito agrícola com investimento de R$ 8 milhões

Danilo Matsunoto: " O valor do crédito cobre os gastos até as galinhas começarem a produzir. Sem isso, não conseguiria manter a qualidade que preciso" | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Com apoio técnico da Emater e recursos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda e de outras instituições financeiras, o governo contratou 143 projetos de crédito rural entre janeiro e outubro deste ano

Aos 22 anos, Danilo Matsumoto decidiu investir em galinhas poedeiras. Morador de Samambaia, ele nasceu e cresceu na chácara da família — um terreno de cinco hectares onde os pais sempre plantaram hortaliças. “Antes eu trabalhava com quiabo, mas queria investir em algo que me permitisse crescer mais. Por isso, decidi produzir ovos caipiras. Hoje, tem 600 galinhas poedeiras com 50 dias de vida que devem começar a produzir ovos com quatro meses. A expectativa é chegar a 500 ovos por dia”, conta o produtor rural.

“Com o Prospera, o crédito se transforma em oportunidade. O programa impulsiona a produção, fortalece a independência dos produtores rurais e estimula um ciclo de crescimento que aquece a economia local e leva mais qualidade de vida ao campo”

Thales Mendes, secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda

Com o apoio técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Danilo teve acesso ao programa Prospera, linha de crédito da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF) voltada a produtores familiares. “Com o Prospera, o crédito se transforma em oportunidade. O programa impulsiona a produção, fortalece a independência dos produtores rurais e estimula um ciclo de crescimento que aquece a economia local e leva mais qualidade de vida ao campo”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Thales Mendes.

O jovem produtor foi beneficiado pelo programa e já sente na prática os resultados desse apoio. “Procurei o crédito rural porque não tinha a quantia [de dinheiro] suficiente. Com o dinheiro que tinha guardado, consegui apenas montar o galpão e comprar comedouros. Por ser produtor rural, consegui um financiamento com juros mais baixos. O valor do crédito cobre os gastos até as galinhas começarem a produzir. Sem isso, não conseguiria manter a qualidade que preciso”, explica o jovem.

 Histórias como a de Danilo mostram como o crédito rural impulsiona a vida de produtores familiares. De janeiro a outubro deste ano, o Governo do Distrito Federal (GDF), contratou R$ 8 milhões em crédito agrícola, com 143 projetos aprovados que fortalecem a produção em várias regiões. Desde 2019, já são R$ 63 milhões em 1.180 projetos orientados para o desenvolvimento da agricultura local.

“Nós trabalhamos com diferentes linhas e bancos — BRB e outras instituições financeiras. O produtor escolhe a melhor opção com orientação técnica. Somos correspondentes bancários, então é como se o banco estivesse dentro do escritório da Emater”, detalha  o presidente da Emater-DF, Cleison Duval.

Segundo Duval, o primeiro passo para o produtor rural acessar o crédito é procurar um dos 15 escritórios da Emater espalhados pelas áreas rurais do DF. “Lá, ele encontra uma equipe completa, com agrônomos, veterinários e zootecnistas prontos para orientar. O técnico vai até a propriedade, avalia a atividade e indica a melhor linha de financiamento conforme a necessidade — seja para irrigação, energia solar, estufas, embalagens ou novos equipamentos”, explica.

Além dos financiamentos federais, há também linhas locais. “O DF possui instrumentos próprios, como o Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF), e o Prospera, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedes-DF). São créditos rápidos e acessíveis, que podem chegar a R$ 150 mil, com juros baixos. O Prospera, por exemplo, é ideal para pequenos investimentos, como uma irrigação, um equipamento ou uma pequena estufa”, aponta Duval.

Apoio completo ao produtor

Para ter acesso ao crédito, o produtor precisa cumprir alguns requisitos, entre eles a regularização ambiental e cadastral

Para ter acesso ao crédito, o produtor precisa cumprir alguns requisitos, entre eles a regularização ambiental e cadastral. “Não é só questão fiscal. O banco e a Emater também olham o lado ambiental. Se for um financiamento para irrigação, precisa da outorga de uso da água. Para determinadas atividades, é exigido o licenciamento simplificado, o DCAA, que a própria Emater ajuda a providenciar junto à Seagri”, afirma o presidente.

Duval lembra que, além da assessoria técnica, a Emater oferece capacitações de gestão e empreendedorismo. “Temos o curso Empreender e Inovar, que ensina o produtor a separar os gastos familiares dos custos da atividade e a pensar o negócio com eficiência. Às vezes, ele descobre que pode economizar implantando uma irrigação mais eficiente, um sistema fotovoltaico ou uma embalagem melhor. Tudo isso é inovação — e sem inovação não há avanço na produção”, diz.

Ciclo completo: crédito, produção e venda

O presidente explica que o crédito rural está ligado a outros instrumentos de fortalecimento da agricultura familiar, como as compras governamentais. “O GDF é um grande comprador da agricultura familiar. A Secretaria de Educação, por exemplo, adquire alimentos para a merenda escolar pelo PNAE e pelo Papa. Então o produtor pega o crédito para investir, melhora a produção e já tem a quem vender. É um ciclo que garante renda e escoamento”, ressalta.

Outro ponto destacado é o apoio à comercialização. “Há produtores que vendem em feiras, outros para restaurantes. Criamos até um aplicativo que funciona como uma vitrine virtual, conectando produtores e compradores. É uma espécie de ‘páginas amarelas’ da agricultura do DF. O restaurante, por exemplo, pode procurar ‘tomate’ e encontrar quem produz mais perto dele. Hoje, cerca de 400 produtores já estão cadastrados”, conta Duval.

Transformação no campo

Para o produtor Miguel Simões Oliveira, da região de Ponte Alta, no Gama, o crédito rural foi decisivo para a modernização da propriedade. Com o apoio da Emater, ele contratou financiamentos para a instalação de painéis solares e túnel de cultivo protegido, reduzindo custos e aumentando a produtividade. “Com a energia solar, minha conta caiu de R$ 1.700 para cerca de R$ 44. Mesmo pagando o financiamento, ainda fico no lucro”, relata.

A esposa de Miguel, Natalina Monteiro da Silva, reforça o papel da assistência técnica. “A Emater ajuda muito, orienta e acompanha. Foi com o trabalho no campo que conseguimos criar os filhos e formar um deles, que hoje é médico-veterinário”, conta.

Extensão rural e segurança alimentar

Cleison Duval também destaca o papel da extensão rural na segurança alimentar e no fortalecimento da agricultura familiar. “A Emater existe em todos os estados do país com essa missão honrosa: servir aos agricultores e garantir a segurança alimentar da população. É um trabalho feito com propósito, com amor e compromisso. Nossa meta é fazer da área rural do DF o melhor lugar para se viver”, afirma.

Segundo ele, o trabalho da empresa hoje se baseia em quatro dimensões: social, ambiental, econômica e de inovação tecnológica. “O Distrito Federal é campeão em produtividade de grãos e hortaliças porque utiliza tecnologia de ponta. Sem inovação, não há avanço. Por isso, a Emater atua desde a porteira para dentro — na produção — até a porteira para fora, ajudando na comercialização”, resume o presidente.

Tribuna Livre, com informações da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF)

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