Com atendimentos essenciais, carreta do Na Hora, atrações culturais, oficinas e espaço de bem-estar, evento movimentou a cidade nessa sexta (25) e neste sábado (26), encantando a população com ações gratuitas e cidadania
A doméstica Selma Vargas, de 32 anos, chegou animada com os dois filhos pela manhã e só foi embora à tarde, depois de aproveitar quase tudo que o GDF Mais Perto do Cidadão ofereceu em Brazlândia. Levou o pequeno Isaac, de 6 anos, para cortar o cabelo, fez sua nova carteira de identidade e ainda comprou uma pulseira e uma tiara produzidas por artesãs do projeto Banco de Talentos, da Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus-DF). “Foi maravilhoso! Tinha muita coisa boa, tudo de graça e perto da minha casa. Meus filhos brincaram, eu resolvi um monte de coisa e ainda comprei presentes lindos de mulheres que lutam como eu”, contou.
Realizado pela 56ª vez, o promovido pela Sejus, levou cidadania, dignidade e serviços públicos gratuitos à população. Em dois dias, mais de 5 mil pessoas participaram das atividades, que incluíram oficinas, atendimentos de saúde, ações de bem-estar, cultura e lazer para todas as idades.
Cultura local em destaque: rimas, cores e identidade
Na sexta-feira (25), a Batalha de Rimas reuniu jovens MCs da região. A competição, que usa a arte como ferramenta de prevenção às drogas e valorização cultural, foi vencida pelo MC NIT. “Comecei com 14 anos e nunca imaginei chegar até aqui. Ver um programa como esse abraçar a comunidade e incentivar a cultura da periferia é muito especial”, disse o campeão.
No sábado (26), o grafite ganhou espaço com a oficina Letras e Cores, conduzida pelo artista Gilmar Satão. Cerca de 30 pessoas participaram. “O grafite é resistência, linguagem e transformação. É gratificante ver jovens colocando seus sentimentos no muro pela primeira vez”, afirmou Satão. Para Daniel Gonçalves, 17 anos, a experiência foi marcante: “Nunca tinha usado spray. Aprendi a desenhar letras e até falei de mim. Quero continuar.”
Casamento Comunitário: inscrições abertas
Durante o evento, casais puderam se inscrever para a 3ª edição do Casamento Comunitário 2025, marcada para 14 de setembro. O motorista Daniel de Oliveira, 33 anos, e a dona de casa Carolina Santos, 30, aproveitaram a oportunidade. “Estamos juntos há quinze anos e nunca conseguimos pagar pelo casamento. Agora vai dar certo”, disse Daniel. “Vai ser o dia mais feliz da nossa vida”, completou Carolina.
Solidariedade que aquece
O Brechó Solidário Compartilha Amor atraiu muitos visitantes. Cada pessoa pôde escolher até cinco peças de roupas, calçados ou acessórios em ótimo estado, doados ao longo do ano. “Estou levando roupas lindas pra mim e pra minha nora. É uma ajuda que vem na hora certa”, disse Deuzina Vieira, 47 anos, profissional de serviços gerais.
Nesta edição, o evento também estreou a oficina de aromatizantes de ambientes, com foco em geração de renda. Maria José Souza, 48 anos, que trabalha com vendas, viu na atividade uma chance de crescer. “Aprendi uma nova forma de ganhar dinheiro e já estou pensando em montar kits para vender”, comemorou.
Saúde e cidadania para todas as idades
Moradores tiveram acesso à carreta do Na Hora, emissão de documentos, orientação jurídica, vacinação de pets, corte de cabelo, fisioterapia, exames básicos e outros serviços. “Consegui resolver pendências do Detran e ainda fiz exames que estava adiando. Tudo num só lugar”, contou o vendedor Paulo Henrique Silva, 45 anos.
Um dos destaques foi o curso Nasce uma Estrela, voltado a gestantes e mães de recém-nascidos, com mais de 120 participantes. Juliene Costa, 30 anos, grávida de sete meses, saiu satisfeita. “Tiraram todas as minhas dúvidas. Agora me sinto mais preparada para cuidar do meu bebê.”
Presenças e reconhecimento
A vice-governadora Celina Leão, que acompanhou o evento no sábado, ressaltou o impacto positivo do programa. “Ver a comunidade feliz e participando mostra que estamos no caminho certo. Brazlândia merecia essa estrutura. É o governo chegando à vida das pessoas.”
O secretário substituto da Sejus, Emílio Evaristo, destacou a força do projeto. “Cada edição é uma oportunidade de acolher, transformar e garantir direitos. É isso que move o programa.”
Tribuna Livre, com informações da Sejus-DF