Contag é acusada de haver tirado R$3,4 bilhões em “descontos associativos” sem autorização
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) foi reconduzida pelo governo federal ao Conselho de Participação Social por mais dois anos, mantendo assim sua presença em um dos principais fóruns de articulação entre o Executivo e organizações da sociedade civil.
A entidade é investigada na CPMI que investiga o roubo a milhões de aposentados por haver faturado um total estimado em R$3,4 bilhões poe meio de “descontos associativos” não autorizados pelas vítimas.
A nomeação foi formalizada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, responsável por publicar a lista de integrantes que vão compor o colegiado responsável por colaborar na formulação de políticas públicas federais.
A recondução ocorre enquanto a entidade ainda é alvo de investigações da Polícia Federal (PF) por supostas irregularidades envolvendo descontos associados a benefícios previdenciários pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo as apurações, a Contag teria efetuado retenções de cerca de R$2 bilhões em benefícios de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024, muitas vezes sem a clara autorização dos beneficiários, conforme relatado por autoridades policiais e órgãos de controle.
Além de manter assento no Conselho de Participação Social, a entidade ampliou sua atuação junto ao governo nos últimos meses.
Em maio deste ano, conquistou cadeiras no Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), e em agosto passou a integrar o Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Idosa, ambos vinculados a instâncias de governo para debater e implementar programas sociais.
Também recebeu convite para integrar a delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), reforçando sua inserção em espaços de decisão e representação internacional.
No mesmo período, o governo federal atendeu reivindicações da própria confederação em outras frentes, a prorrogação do prazo para exigência de georreferenciamento de imóveis rurais de até 25 hectares foi oficializada por decreto, medida que a Contag apresentou como uma demanda dos agricultores familiares.
A manutenção da Contag em conselhos e espaços de governança se dá em meio às investigações, mas a entidade segue habilitada a participar dessas instâncias, conforme publicação oficial do governo.
Tribuna Livre, com informações do portal Diário do Poder









