10/11/2025

Grupos de Marina e Heloísa Helena chegam às vésperas da disputa pelo comando da Rede entre brigas judiciais

Marina Silva ingressou no governo Lula, o que contraria a ex-senadora. Em 2022, Heloísa apoiou Ciro e descartou votar no PT, seu antigo partido — Foto: Foto: Reprodução

Decisões afetam delegados eleitos no Rio e na Bahia; pano de fundo é as eleições nacionais, que opõe as duas alas e ocorrem neste final de semana

A poucos dias do congresso nacional que definirá o novo comando da Rede Sustentabilidade, os grupos da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e da ex-senadora Heloísa Helena, atual porta-voz da legenda, vivem disputas judiciais. Só nesta semana, aliados de Marina conseguiram impedir que os delegados eleitos no Rio de Janeiro, ligados a Heloísa, votassem, enquanto o grupo da ex-senadora viabilizou a participação de seus representas na Bahia.

No Rio, uma filiada obteve vitória judicial ao argumentar que o encontro municipal não teve divulgação prévia e que, embora não tivesse participado, sua assinatura foi incluída. Como resultado, os delegados eleitos não poderão participar da escolha do novo comando no próximo final de semana. A direção nacional, por sua vez, defende que a conferência foi regular.

Já na Bahia, após tentativas de aliados de Marina para anular a reunião estadual, o grupo de Heloísa Helena conseguiu reverter a decisão e garantir seus delegados. O grupo da ministra havia alegado que a ex-senadora teria filiado em massa três mil pessoas, o que seria proibido no estatuto.

O desembargador Renato Rodovalho Scussel, da 2ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, afirmou que o diretório nacional “apresentou farta documentação comprobatória da regularidade da filiação dos delegados impugnados”.

Embora as movimentações judiciais tenham se intensificado nesta semana, os conflitos não são recentes. No mês passado, a 16ª Turma Cível do TJDFT negou um pedido da ala de Marina, que buscava anular a reunião que criou a Comissão Eleitoral Nacional, sob a alegação de que apenas aliados da Executiva haviam sido escolhidos. O juiz Cleber de Andrade Pinto argumentou que o Judiciário não deve interferir no processo interno do partido.

Os delegados em questão irão votar no próximo líder nacional da Rede, em uma disputa polarizada entre os grupos de Marina e Heloísa Helena, que terá fim no congresso nacional, entre 11 e 13 de abril. Atualmente no comando da sigla, os aliados de Heloísa Helena desejam que o atual secretário de Relações Institucionais de Belo Horizonte, Paulo Lamac, seja o próximo porta-voz. Já Marina lançou Giovanni Mockus como candidato.

O embate entre Marina Silva e Heloísa Helena reflete a divisão no diretório nacional da Rede. As divergências entre as duas lideranças remontam a 2022 e estão relacionadas a visões distintas sobre a base teórica do partido. Enquanto Marina se considera “sustentabilista”, Heloísa defende o “ecossocialismo”, que associa a preservação ambiental à mudança do sistema econômico.

Outro ponto de conflito é a relação com o governo federal. Marina optou por integrar a gestão Lula como ministra do Meio Ambiente, enquanto Heloísa mantém uma postura crítica ao PT desde que foi expulsa da legenda, em 2003, após se posicionar contra a reforma da Previdência proposta no primeiro mandato de Lula.

Tribuna Livre, com informações da Agência O Globo

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