Projeto pioneiro busca reforçar a prevenção e o controle de infecções hospitalares
Hospital de Base avança em projeto nacional de controle de infecções com apoio da Anvisa
Especialistas do Centro de Controle e Prevenção de Infecções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estiveram, nesta quinta-feira (31), no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) para acompanhar os resultados do projeto de prevenção e controle de infecções hospitalares, do qual a unidade participa desde julho de 2023, quando foi selecionada para integrar a iniciativa.
O estudo está sendo desenvolvido, no HBDF, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do trauma e na clínica de hematologia. Entre os principais objetivos estão a redução da resistência aos antimicrobianos e a implementação de práticas efetivas para o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS).
Os dados apresentados durante a visita revelam avanços significativos. A adesão à higiene das mãos passou de 48% para 70% na UTI e de 49% para 76% na hematologia. Já em relação à precaução de contato, os índices subiram de 62% para 70% na UTI e de 67% para 82% na hematologia.
O chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital de Base, infectologista Julival Ribeiro, ressaltou a importância do progresso alcançado. “Esse avanço impacta diretamente na redução das infecções hospitalares, fortalecendo a segurança do paciente e a qualidade da assistência”, afirmou. Ele também destacou a relevância de o HBDF integrar o projeto: “É motivo de orgulho sermos um dos hospitais escolhidos para iniciar uma iniciativa com potencial de ser replicada nacionalmente, com foco na redução da resistência bacteriana”, completou.
A gerente de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde da Anvisa, Magda Costa, que coordena o Programa Nacional de Controle das Infecções, explicou que o projeto busca avaliar as estratégias mais eficazes no combate às infecções causadas por bactérias multirresistentes. “Essa ação é fruto de uma parceria entre a Anvisa, Fiocruz, Ministério da Saúde, Unifesp e o Centro de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC)”, destacou.
O infectologista Eduardo Medeiros, um dos especialistas envolvidos, enfatizou a gravidade do cenário: “A resistência bacteriana é um desafio global. No Brasil, infecções provocadas por agentes como Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii têm se tornado cada vez mais comuns e preocupantes”, alertou.
Tribuna Livre, com informações do IgesDF