Apesar do avanço, setor ainda acumula retração no ano e mostra recuperação lenta, com alta de 0,9% de janeiro a agosto e 1,6% em 12 meses
A produção industrial brasileira avançou 0,8% em agosto frente a julho, revertendo a sequência de quedas registrada desde abril, período em que o setor acumulou retração de 1,2%. Dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta sexta-feira (3/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram, no entanto, que em comparação com agosto de 2024 o setor registrou recuo de 0,7%.
Das 25 atividades pesquisadas, 16 registraram crescimento no mês. Os maiores destaques vieram dos segmentos de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com alta de 13,4%; coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, que subiu 1,8%; e alimentos, 1,3%.
No caso da indústria farmacêutica, o resultado de agosto consolidou o quarto mês consecutivo de crescimento, com expansão acumulada de 28,6% no período. Já os setores de derivados de petróleo e biocombustíveis e de alimentos registraram dois meses seguidos de alta, somando ganhos de 2,7% e 2,4%, respectivamente.
De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, esse é o maior avanço do setor industrial desde março. “O resultado deste mês teve como fator importante a base de comparação depreciada, com um perfil disseminado de taxas positivas, já que três das quatro grandes categorias econômicas e 16 das 25 atividades industriais pesquisadas apontaram avanço na produção”, comentou.
Quedas
Entre as nove atividades que registraram queda em agosto, o maior impacto veio do setor de produtos químicos, com queda de 1,6%. O segmento interrompeu três meses seguidos de alta e devolveu parte da expansão acumulada de 2,4% no período.
Também contribuíram negativamente para o resultado geral da indústria os segmentos de máquinas e equipamentos, produtos de madeira, artefatos de couro, artigos para viagem e calçados e indústrias extrativas.
No acumulado de janeiro a agosto de 2025, a indústria brasileira cresceu 0,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. No recorte de 12 meses, a alta foi um pouco maior, de 1,6%, sinalizando um desempenho moderado do setor.
Embora positivo, o resultado evidencia um ritmo de recuperação lento, marcado por oscilações entre meses de expansão e retração, o que revela a dificuldade da indústria em sustentar um ciclo de crescimento mais robusto.
Tribuna Livre, com informações da Industrial Mensal (PIM)