Ela tomou a faca dele, acertou o braço e ele perdeu a paciência, matando a vítima”, diz delegado
Um laudo pericial confirmou que Elisângela da Silva Souza, 26 anos, foi abusada sexualmente antes de ser assassinada pelo suposto serial killer Rildo Soares, de 33 anos, em Rio Verde. O material genético coletado no corpo da jovem indicou compatibilidade com o suspeito. Segundo o delegado Adelson Candeo, titular do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH), “No caso da Elisângela deu positivo para espermatozoides”, confirmando o estupro.
Rildo confessou ter matado a jovem após ela desarmá-lo e o golpear com a faca que ele usava para ameaçá-la, e disse ter enterrado o celular da vítima logo em seguida. “Elisângela era só pra roubar mesmo, mas ela tomou a faca dele, acertou o braço dele e ele perdeu a paciência com ela e a matou. Ele admitiu o feminicídio e confessou o local onde enterrou o celular da vítima”, afirmou Candeo.
Além disso, o delegado solicitou a quebra de sigilo bancário e afirmou que serão realizadas buscas no local indicado pelo suspeito para tentar localizar o celular e outras possíveis provas. “Todas essas ações estão sendo investigadas, com perícia, quebra de sigilo e buscas no local indicado por ele”, acrescentou o delegado.
Desparecimento de Elisângela
Elisângela desapareceu após sair de casa às 4h da manhã do dia 11 para ir trabalhar. Preocupados com o atraso, familiares foram à delegacia registrar o desaparecimento, já que a jovem não havia chegado ao trabalho nem retornado para casa.
Câmeras de segurança flagraram o suspeito levando a vítima na madrugada do mesmo dia e entrando com Elisângela em um lote baldio. Em seguida, o suspeito foi visto saindo sozinho do local. O corpo da jovem foi encontrado seminu e parcialmente enterrado pela cintura, no final da tarde do dia 12, na Avenida 75, esquina com a Rua 20, no bairro Popular, com os pertences ao lado.
Prisão do suposto serial killer
Equipes do GIH localizaram primeiro uma calça vinho semelhante à usada pela vítima e, em seguida, encontraram o cadáver entre escombros. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito voltou ao local do feminicídio e acompanhava o trabalho dos investigadores. Ao perceber que havia sido reconhecido, tentou fugir, iniciando uma perseguição a pé, e foi detido após resistir à prisão.
Em depoimento inicial, o suspeito confessou o roubo e a ocultação do cadáver, mas negou ter matado a vítima ou cometido crime sexual. Ele afirmou que abordou a jovem, que teria se desequilibrado e batido a cabeça ao cair. Para evitar chamar atenção, disse ter retirado a calça da vítima e enterrado parcialmente o corpo para ocultá-lo.
“Se desfazia das mulheres como lixo”, diz Candeo
Além de Elisângela, Rildo Soares confessou, nesta terça-feira (23/9), a autoria dos homicídios de Monara Pires Gouveia, 31 anos, e Alexânia Hermógenes Carneiro, 40, conhecida como Lessi. Sobre Monara, o suspeito afirmou que a vítima teria furtado R$ 600 de sua casa durante uma faxina, valor que ele dizia ser para pagar o aluguel. “Ele disse que a encontrou um mês depois, levou-a a um terreno e a matou”, relatou Candeo.
No caso de Alexânia, Rildo declarou que ficou revoltado ao descobrir que ela havia comprado drogas de um traficante, dizendo que seria para ele. “Disse que quando fica nervoso não se controla”, acrescentou o delegado.
Com base nas confissões, o delegado informou que a Polícia Civil vai pedir o indiciamento de Rildo pelos três homicídios já confirmados. A investigação segue agora com a reprodução simulada da morte de Monara, confrontos de DNA com material colhido nos corpos das vítimas, perícias de sangue e DNA em roupas, oitivas de testemunhas, análise do celular e do cartão de crédito de Elisângela, além de buscas por outras possíveis vítimas.
Tribuna Livre, com informações do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH)