Caso ocorreu em 16 de setembro, semanas antes do roubo de joias no famoso Museu do Louvre
A Justiça francesa ordenou prisão preventiva para uma chinesa de 24 anos pelo roubo de pepitas de ouro procedentes da Bolívia, Rússia, Estados Unidos e Austrália no Museu de História Natural de Paris, informou nesta terça-feira (21/10) o Ministério Público.
O roubo ocorreu em 16 de setembro, semanas antes do espetacular roubo de joias no famoso museu do Louvre, na capital, que reacendeu no domingo as críticas sobre a segurança nas instituições culturais da França.
As autoridades espanholas anunciaram a detenção da mulher em 30 de setembro, com base em um mandado de prisão europeu, e a entregaram à França em 13 de outubro, informou a procuradora de Paris, Laure Beccuau, em comunicado.
No mesmo dia, ela foi acusada de roubo em grupo organizado e associação criminosa, acrescentou Beccuau.
A Justiça ordenou a prisão preventiva. Uma funcionária da limpeza deu o alerta sobre o roubo, ao constatar a presença de escombros na área onde as peças estavam expostas.
Entre os objetos roubados estão “pepitas originárias da Bolívia, legadas à Academia de Ciências no século XVIII; dos Urais, oferecidas pelo czar Nicolau I da Rússia em 1833 ao museu”, ou “da Califórnia, descobertas durante a corrida do ouro na segunda metade do século XIX”, detalha o comunicado.
Além “uma pepita de ouro de mais de 5 kg originária da Austrália, descoberta em 1990”, segundo o texto.
O prejuízo é avaliado em 1,5 milhão de euros (quase 10 milhões de reais), embora o valor histórico e científico das peças seja “inestimável”, apontou a representante do Ministério Público.
Os investigadores constataram que duas portas foram cortadas com uma motosserra e que um maçarico foi usado para quebrar a vitrine que continha as pepitas. No local foram encontrados o maçarico, três botijões de gás usados para alimentá-lo, a serra, uma chave de fenda e outras ferramentas.
As imagens das câmeras de segurança mostraram que apenas uma pessoa entrou à força no museu pouco depois de 1h00 e saiu quase quatro horas depois, explicou Beccuau.
As investigações telefônicas demonstraram que a pessoa deixou a França em 16 de setembro e estava se preparando para retornar à China. No momento de sua detenção, tentou se desfazer de pedaços de ouro fundido, com um peso de cerca de 1 kg.
Tribuna Livre, com informações do Ministério Público Francês.