12/11/2024

Justiça flexibiliza prisão domiciliar de falsa biomédica e impõe tornozeleira

Ela não pode deixar Goiânia sem autorização do juiz, além de manter o recolhimento noturno de segunda a domingo - (crédito: Redes sociais)

Acusada de realizar o procedimento estético que levou à morte de influenciadora, Grazielly da Silva Barbosa estava em prisão domiciliar desde agosto e poderá deixar a residência onde mora. Caso descumpra alguma restrição, pode ser presa novamente

A 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia flexibilizou as medidas impostas a Grazielly da Silva Barbosa, falsa biomédica acusada de realizar o procedimento estético que levou à morte da influenciadora e modelo brasiliense Aline Maria Ferreira. Com a nova decisão, Grazielly poderá deixar o regime de prisão domiciliar.

Desde agosto, Grazielly estava em prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A nova decisão, assinada pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira nesta quinta-feira (7/11), não contradiz a ordem do STF, mas adiciona novas restrições, como monitoramento eletrônico com tornozeleira e recolhimento noturno. As novas medidas cautelares terão validade de seis meses.

O juiz estabeleceu um total de 13 condições, cujo descumprimento de qualquer uma delas implicará na prisão imediata de Grazielly. Entre as exigências, ela deverá comparecer a todos os atos judiciais do processo, está proibida de consumir drogas e não poderá deixar Goiânia sem autorização judicial.

Veja as restrições:

– Proibição de se ausentar da cidade de Goiânia, sem autorização do juiz;

– Proibição de se mudar de endereço residencial sem avisar ao juiz do processo;

– Comparecer a todos os atos do processo;

– Recolhimento noturno residencial, devendo se recolher à sua residência durante o período compreendido entre as 22h00 e 6h00 horas, de segunda-feira a domingo;

– Proibição de consumir drogas;

– Fornecer as informações verdadeiras à gerência de monitoramento e fiscalização eletrônica e à central de alternativas à prisão quando do preenchimento dos respectivos cadastros;

– Obrigação de conservar a integridade do equipamento de monitoração eletrônica;

– Obrigação de manter a bateria da tornozeleira eletrônica carregada;

– Obrigação de pagar o conserto do carregador da bateria da tornozeleira eletrônica (em torno de R$ 40,00), se danificado após a colocação do equipamento;

– Obrigação de pagar o valor de quaisquer peças do equipamento de monitoração eletrônica que se danificar por mau uso pelo beneficiário;

– Obrigação de se apresentar na central de alternativa à prisão (cap) quando surgir o primeiro defeito no equipamento de monitoração eletrônica, para manutenção;

– Obrigação de assinar o termo de adesão às regras internas da central de alternativas à prisão;

– Fornecer comprovante de endereço idôneo, em 5 dias.

Mais informações

O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) solicitou, na última semana, que a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) apresente as imagens do circuito interno de segurança que supostamente mostram Grazielly entrando no hospital onde a modelo brasiliense Aline Maria Ferreira estava internada. De acordo com as investigações da polícia, Grazielly teria aplicado uma injeção de anticoagulante na vítima na unidade hospitalar.

O pedido faz parte do inquérito da PCGO e é um dos pontos que o MPGO pretende esclarecer antes de formalizar denúncia contra a suspeita. O documento, obtido pelo Correio, inclui, além das imagens, pedidos de depoimentos de testemunhas, o laudo cadavérico da influenciadora e a oitiva dos médicos que atenderam a vítima em um hospital particular de Brasília, onde Aline acabou falecendo.

O promotor responsável pelo caso busca acessar relatórios e registros visuais do hospital que confirmem a presença de Grazielly no local. A polícia, ao indiciar a falsa biomédica, apontou que ela teria entrado no hospital se identificando como médica e aplicado o anticoagulante na modelo. “Ela adentrou o hospital identificando-se como médica, aplicou uma injeção de um medicamento anticoagulante em Aline”, afirmou a delegada Débora Melo.

Grazielly foi indiciada por homicídio com dolo eventual, exercício ilegal da medicina, execução de serviço de alta periculosidade, indução do consumidor ao erro e falsificação de produtos farmacêuticos. Outro indiciado no inquérito é Afair Souza Diniz Júnior, acusado de falso testemunho.

A reportagem procurou a defesa de Grazielly, mas não obteve resposta. A defesa de Júnior também não foi localizada.

Tribuna Livre, com informações da 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia também
NOTA PÚBLICA À DECISÃO DO STF SOBRE O REGIME JURÍDICO ÚNICO: UM ERRO FATAL
NOTA PÚBLICA À DECISÃO DO STF SOBRE O REGIME JURÍDICO ÚNICO: UM ERRO FATAL
CGU aponta R$ 13 milhões em emendas irregulares a ONGs
CGU aponta R$ 13 milhões em emendas irregulares a ONGs
Ministério da Saúde deixa vacinas faltarem em 11 estados e no DF
Ministério da Saúde deixa vacinas faltarem em 11 estados e no DF
PEC 6x1: entenda como funciona uma proposta de emenda
PEC 6x1: entenda como funciona uma proposta de emenda
P20: Lira defende reforma de organismos globais
P20: Lira defende reforma de organismos globais
Inmet emite alerta de perigo para temporais em 11 estados e no DF
Inmet emite alerta de perigo para temporais em 11 estados e no DF
Opinião - Alexandre Garcia: Segurança federal?
Opinião - Alexandre Garcia: Segurança federal?
Governo apreende 10 mil kg de arroz vendido como tipo superior
Governo apreende 10 mil kg de arroz vendido como tipo superior
Lupi nega cortes na Previdência, mas prevê revisão em BPC irregular
Lupi nega cortes na Previdência, mas prevê revisão em BPC irregular
PEC de autonomia financeira do BC não avança este ano, diz Pacheco
PEC de autonomia financeira do BC não avança este ano, diz Pacheco
Colombiano mata brasileiro por causa de fogos de artíficios
Colombiano mata brasileiro por causa de fogos de artíficios
Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos
Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

CGU aponta R$ 13 milhões em emendas irregulares a ONGs

A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou falhas significativas em seis dos dez repasses de emendas Pix para ONGs, somando cerca de R$ 13 milhões. Investigados a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), esses repasses estavam acompanhados por indicações específicas de parlamentares sobre beneficiários e a utilização dos recursos. Entre os

Leia mais...

A sua privacidade é importante para o Tribuna Livre Brasil. Nossa política de privacidade visa garantir a transparência e segurança no tratamento de seus dados pessoais.