Bilionário mantém contratos com a Nasa, que está à frente da extensão da vida útil da ISS
O bilionário Elon Musk, que controla a SpaceX, entre outras empresas, recomendou acelerar o fim da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) em um post em sua rede social, X, argumentando que o laboratório deveria ser retirado de órbita dentro de dois anos, em vez do prazo atual de cinco anos.
“A decisão cabe ao presidente, mas minha recomendação é (fazer isso) o mais rápido possível”, escreveu Musk na quinta-feira em sua rede social, X. Ele argumentou que a ISS “cumpriu seu propósito” e que há “muito pouca utilidade incremental”.
Musk então reiterou seu plano final emulando um dos planos de sua companhia espacial:
— Vamos para Marte.
Construída em parceria com as agências espaciais do Canadá, Europa, Japão e Rússia, a Estação Espacial Internacional tem sido um pilar das iniciativas de voos espaciais tripulados da Nasa nas últimas três décadas, servindo como o principal local onde astronautas vivem e conduzem pesquisas em órbita.
Desde novembro de 2000, a ISS sempre teve ao menos um tripulante a bordo em tempo integral.
O governo de Joe Biden, em 2021, estendeu a vida útil planejada da ISS até o final de 2030 e, em junho passado, concedeu à SpaceX de Musk um contrato de US$ 843 milhões para desenvolver uma espaçonave que possa se acoplar à ISS e guiá-la para fora de órbita. Esse descarte faria com que a ISS se desintegrasse ao reentrar na atmosfera.
A SpaceX é uma parceira importante do programa da ISS, com contratos da Nasa para transportar astronautas e cargas para a estação. Musk fez os comentários em meio a uma enxurrada de postagens sobre política espacial nesta quinta-feira.
Nasa diz aguardar ‘ansiosamente’ planos de Trump
Em resposta às postagens de Musk, a Nasa afirmou que seus planos atuais “preveem o uso da Estação Espacial Internacional e futuras estações espaciais comerciais em órbita baixa da Terra para conduzir ciência inovadora, além de servirem como campo de treinamento para missões tripuladas à Lua e a Marte.”
“Estamos ansiosos para ouvir mais sobre os planos do governo Trump para nossa agência e para expandir a exploração espacial em benefício de todos”, disse um porta-voz da Nasa em comunicado.
Como líder do esforço governamental de corte de custos conhecido como Departamento de Eficiência Governamental, Musk se estabeleceu como um dos principais assessores do presidente Donald Trump.
Ao responder a uma pergunta sobre possíveis conflitos de interesse envolvendo Musk e suas empresas, Trump declarou ontem que não permitirá que a pessoa mais rica do mundo participe de trabalhos governamentais relacionados ao espaço.
Tribuna Livre, com informações da AFP