A Polícia Civil afirma possuir evidências de que comerciantes já encomendavam peças e veículos roubados em São Paulo; até o momento, 18 pessoas foram detidas.
Em uma operação que mobiliza 250 agentes, a Polícia Civil de Goiás busca executar, nesta terça-feira (23), 35 mandados de prisão e 71 de busca e apreensão contra indivíduos suspeitos de integrar uma quadrilha especializada na encomenda e comercialização de peças de veículos roubados em Goiânia. Durante a ação realizada na capital, 28 lojas de autopeças situadas na região da Vila Canaã foram fechadas pelas autoridades, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A delegada Rafaela Azzi, responsável pela Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), revelou que o grupo criminoso possui membros com funções bem definidas. Em alguns casos, proprietários de estabelecimentos vão além da simples encomenda de roubo de veículos, coordenando toda a logística, incluindo transporte e distribuição dos produtos ilícitos. A operação visa prender não apenas esses empresários, mas também gerentes de lojas, motoristas, mecânicos e autores de furtos e roubos.
Os mandados estão sendo cumpridos em diversos estados, incluindo Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Até o momento, 18 pessoas foram detidas, e 18 veículos com adulterações foram apreendidos. Os nomes e idades dos presos não foram divulgados. Durante o cumprimento dos mandados em Goiânia, foram flagrados oito veículos sendo desmanchados.
As investigações, iniciadas em maio do ano passado, revelaram que as peças e veículos roubados ou furtados eram transportados de São Paulo para Goiânia em caminhões baú fechados. Cada caminhão era vendido na capital goiana por valores que variavam entre R$ 700 mil e R$ 800 mil. Com a redução significativa de roubos de veículos em Goiás, comerciantes passaram a adquirir veículos e peças roubadas em São Paulo.
A compra e venda de veículos e peças roubadas também prejudicavam a arrecadação do estado, pois os motoristas dos caminhões circulavam com notas fiscais falsas para apresentação em casos de abordagem. A Polícia Civil de Goiás espera que todos os mandados de prisão sejam cumpridos até o final desta terça-feira.
Tribuna Livre, com informações da PCGO