Presidente afirmou que o Brasil pode crescer sem desmatar e que a produção de biodiesel não ameaça a segurança alimentar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou nesta quarta-feira (25/6) o compromisso do governo com a expansão dos biocombustíveis no Brasil e fez um apelo por equilíbrio político e responsabilidade econômica. A declaração foi durante a 2ª reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no Ministério de Minas e Energia, que aprovou o aumento dos percentuais de biodiesel e etanol nas misturas obrigatórias de combustíveis no Brasil. A mistura de etanol na gasolina passará de 27,5% para 30%, enquanto o teor de biodiesel no diesel subirá de 14% para 15%.
O petista criticou o que chamou de “radicalismos de direita e esquerda” e destacou que o caminho do governo é buscar sempre o “meio-termo possível”. O presidente defendeu que os avanços tecnológicos permitem ao Brasil aumentar a produção agrícola sem ampliar a fronteira agrícola. “Os números têm provado. A gente pode crescer 50% aumentando apenas 5% da terra. O Brasil tem 40 milhões de hectares de terra degradada que podem ser recuperados”, destacou.
Lula também rebateu as críticas de que a produção de biocombustíveis possa comprometer a segurança alimentar, afirmando que “não tem nenhuma possibilidade de alguém fazer discurso de que o biocombustível compete com o alimento”. Ele fez um retrospecto da criação do programa nacional de biodiesel, relembrando uma discussão que teve com o ex-líder cubano Fidel Castro, em 2007, durante a Cúpula de Mar del Plata, na Argentina.
Segundo o presidente Lula, Fidel era contra a transformação de produtos agrícolas, como a soja, em biocombustível, por temor de que isso afetasse a oferta de alimentos. “Se fosse analisar a situação do país dele, certamente ele tinha razão. Mas eu tinha que pensar no meu país, no tamanho do meu país, na capacidade tecnológica do Brasil, que criou a Embrapa e tem condições de crescer sem precisar desmatar”, afirmou.
Tribuna Livre, com informações do Ministério de Minas e Energia