Senador chegou à sede do PL logo após Bolsonaro entrar no edifício e acusou Moraes de perseguir parlamentares e silenciar a imprensa
O senador Magno Malta (PL-ES) chegou na manhã desta terça-feira (23/7) à sede do Partido Liberal, em Brasília, minutos depois de Jair Bolsonaro (PL) Em meio ao clima de tensão jurídica envolvendo o ex-presidente, Malta conversou com jornalistas e fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O parlamentar, aliado histórico de Bolsonaro, afirmou ainda que vive-se um ambiente de “medo” generalizado no Congresso Nacional. Para ele, senadores e deputados têm evitado se posicionar publicamente por receio de retaliações. “Muitos não concordam com o que está acontecendo, mas preferem o silêncio para não perder o mandato”, apontou.
As declarações de Malta acontecem um dia após a defesa de Bolsonaro apresentar esclarecimentos ao STF, negando que o ex-presidente tenha violado medidas cautelares ao aparecer em entrevistas no Congresso na segunda-feira (21). Segundo decisão do ministro Moraes, o ex-chefe do Planalto está proibido de se manifestar, direta ou indiretamente, nas redes sociais ou por terceiros.
Para o senador, a decisão de restringir a circulação de conteúdos relacionados a Bolsonaro representa um cerco à liberdade de expressão. Ele comparou o cenário atual a regimes totalitários e destacou que até a imprensa estaria sendo pressionada. “Como vocês, jornalistas, vão repostar um vídeo de Bolsonaro sem correr o risco de serem responsabilizados?”, questionou.
Em tom inflamado, Malta também atacou o sistema judiciário e insinuou que há um “consórcio” liderado pelo ministro Moraes. “Isso não é Justiça. Isso é um roteiro vil, escrito de forma canina”, disse, em referência às sanções aplicadas a apoiadores do ex-presidente.
“Luta espiritual”
Durante a fala, o senador mesclou críticas políticas com referências religiosas, chamando o atual momento de “luta espiritual”. Segundo ele, não há perspectiva institucional de reversão das medidas contra Bolsonaro. “Do ponto de vista humano, não tem saída”, enfatizou.
Enquanto isso, o ex-presidente segue recluso e evita aparições públicas. O ministro Alexandre de Moraes ainda avalia se encaminhará o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode se manifestar sobre uma possível violação das cautelares. Até lá, o clima dentro do PL é de cautela e expectativa.
Tribuna Livre, com informações do Partido Liberal, em Brasília