O governo planeja despachar um adicional de 149 brigadistas para intensificar os esforços de combate a incêndios na área, elevando o número total de agentes para 289. Este mês de outubro é considerado o mais crítico dos últimos 25 anos no estado.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, enfatizou que o principal catalisador dos incêndios na Amazônia é decorrente da prática do desmatamento, afirmando que “não existe fogo natural na região”. Ela fez esse anúncio durante uma coletiva ao lado do ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Goés. Nessa coletiva, foi revelado o aumento de 149 brigadistas para combater as queimadas, elevando o total de agentes para 289. Os dados coletados na quinta-feira apontaram mais de 2,7 mil focos de calor no estado do Amazonas, de acordo com Marina.
Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), explicou que estão reforçando as ações no Amazonas com quase 150 brigadistas retirados de outras regiões do país. Além disso, o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) doarão 200 kits de proteção individual e combate a incêndios, como capacetes, balaclavas, óculos, lanternas de cabeça e cantis.
A ministra alertou sobre a necessidade de tomar medidas de prevenção devido ao agravamento das mudanças climáticas. Ela destacou que o cenário é preocupante e exigirá ação consciente por parte do poder público e da sociedade, devido às irregularidades climáticas que o mundo está enfrentando. Além disso, a ministra enfatizou que as queimadas decorrem de uma conjunção de três fatores: grande estiagem causada pelo El Niño, acúmulo de matéria orgânica ressecada e incêndios criminosos em propriedades particulares e áreas públicas.
No cenário atual, a cidade de Manaus foi coberta por uma onda de fumaça, colocando-a entre as cidades com pior qualidade do ar no mundo. O Amazonas registrou um recorde de 2.770 focos de queimadas até o feriado, o maior número já registrado para este mês. A queimada para “limpeza” de pastagens é uma prática proibida, comum na região, e a ministra apontou que os incêndios são resultado de ações criminosas e transformação da cobertura vegetal para usos específicos.
A ministra também propôs a suspensão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para propriedades onde sejam registrados focos de calor e incêndios não autorizados. O governo federal deve publicar uma medida provisória (MP) para liberar recursos adicionais destinados ao combate às chamas, quando todas as cidades em situação de emergência fornecerem suas principais necessidades locais. A situação na Amazônia é desafiadora, com previsões de mais sofrimento nos meses de outubro e novembro.
Tribuna Livre, com informações da Agência Brasil