Especialista avalia que o mundo deve ficar em alerta, pois sem informações das agências de saúde dos EUA vai parecer que “estamos tão longe quanto estávamos da China em 2020”
O médico Luís Roberto Correia criticou, nesta quinta-feira (23/1), a decisão do governo do presidente Donald Trump de determinar que as agências federais de saúde dos Estados Unidos pausem as comunicações externas, como as divulgações de relatórios científicos, atualizações de sites e avisos.
O especialista avalia que o mundo deve ficar em alerta, pois sem informações vai parecer que “estamos tão longe quanto estávamos da China em 2020”. “Muitos especialistas dizem que pode ser um prenúncio de uma nova pandemia. Isso é extremamente grave. Pode significar o que já vimos no Brasil. Decisões populistas e negacionistas do Trump e os seus escolhidos podem decidir não fazer nada se a gripe aviária se tornar pandêmica e o mundo não vai saber. Isso é um alerta para que todos os países se preparem com mais afinco”, cita o médico ao Jornal CBN.
Assim que tomou posse como presidente, na segunda (20/1), Trump assinou um decreto para que os Estados Unidos deixem a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na decisão, ele instruiu as agências federais a “pausar futuras transferências de fundos do governo dos Estados Unidos, apoio ou recursos à OMS”, e as insta a “identificar sócios americanos e internacionais confiáveis e transparentes para assumir as atividades necessárias previamente empreendidas pela OMS”.
A nova gestão de Trump também anunciou planos para revisar e rescindir a iniciativa de saúde do governo de Joe Biden, conhecida como Estratégia de Segurança Sanitária Global 2024, desenhada para responder às ameaças de doenças infecciosas, “assim que possível”.
Sem o financiamento dos EUA, a OMS teria que passar por uma reestruturação significativa e poderia prejudicar os esforços mundiais de saúde pública, principalmente na vigilância e no combate a epidemias.
Tribuna Livre, com informações da Agence France Presse.