Medicamentos foram trazidos do Reino Unido, onde há recomendação para distribuição gratuita, e chegam a custar R$ 4 mil no Brasil
Um médico, um personal trainer e um casal foram presos na segunda-feira (28) suspeitos de comercializarem medicamentos para emagrecer de forma ilegal, em Goiânia. Trata-se do remédio conhecido como “Ozempic dos ricos”.
O personal trainer Tiago Vieira Bastos e o médico Diego Ferreira da Costa foram detidos em flagrante juntamente com o casal (Niltom e Célia), que traziam os medicamentos do exterior.
As investigações começaram após uma denúncia anônima que relatava a venda do medicamento “Mounjaro”, usado para tratar diabete, nas redes sociais do personal. O remédio, também utilizado no tratamento da obesidade tem como efeito colateral o emagrecimento.
Após verificar a denúncia, a Polícia Civil constatou o crime e localizou Tiago durante uma entrega. Ao ser abordado, ele admitiu a prática. Além de algumas caixas do medicamento, com ele foram encontrados anabolizantes que o suspeito alegou serem para uso próprio. Em seu depoimento, o personal trainer revelou que adquiria os medicamentos com um médico que já havia sido seu aluno.
A investigação levou à localização do médico Diego Ferreira da Costa, que confirmou ter adquirido os medicamentos de um casal que mora em Londres, mas que passava uma temporada em Goiânia. Niltom e Célia foram detidos e contaram que trouxeram 50 unidades do Mounjaro, das quais 39 já haviam sido vendidas antes da ação policial. Na casa do deles, a polícia apreendeu as 11 caixas restantes.
Os quatro suspeitos vão responder por associação criminosa e por comercializar medicamentos de origem duvidosa. A polícia destacou que os remédios não possuíam qualquer documentação que comprovasse sua compra ou procedência. Além disso, não havia garantias sobre as condições de armazenamento do produto, que requer refrigeração adequada.
Mounjaro
O Mounjaro é considerado uma alternativa mais eficaz ao Ozempic para o tratamento de diabetes e obesidade, sendo chamado de “Ozempic dos ricos” devido ao seu alto custo no Brasil. Com preços que podem chegar a R$ 4 mil, muitos brasileiros buscam o medicamento no exterior onde há uma recomendação para distribuição gratuita pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS).
Defesa alega que médico é inocente
Em nota à imprensa, a defesa do médico Diego Ferreira da Costa declarou sua inocência e alegou que a prisão foi abusiva, uma vez que o medicamento foi aprovado pela Anvisa no ano anterior. O advogado também afirmou que o médico está colaborando com as investigações.
O portal não conseguiu contato com a defesa dos demais. Este espaço segue aberto.
A polícia continua com as investigações para descobrir se há ouros envolvidos no esquema.
Tribuna Livre, com informações da Polícia Civil do Estado de Goiás
