10/11/2025

Médicos realizam primeira cirurgia remota de avc com robô no mundo

Maurício Thomaz

Um marco na medicina foi alcançado com a realização da primeira cirurgia remota de Acidente Vascular Cerebral (AVC) utilizando um robô. A inovação, liderada por pesquisadores da Universidade de Dundee, na Escócia, consistiu em uma trombectomia remota, procedimento que visa remover coágulos sanguíneos do cérebro. A cirurgia experimental foi executada em corpos humanos doados para a ciência, representando um potencial avanço no tratamento de AVCs.

A professora Iris Grunwald, da Universidade de Dundee, conduziu a cirurgia a partir do Hospital Ninewells, enquanto o corpo doado estava em outra localidade da mesma cidade. Em seguida, o neurocirurgião Ricardo Hanel, situado em Jacksonville, Flórida, nos Estados Unidos, replicou o procedimento remotamente, a uma distância de mais de 6.400 quilômetros.

Os pesquisadores envolvidos no projeto enfatizam que este feito pode ser um divisor de águas, transformando o atendimento a pacientes com AVC, principalmente em áreas distantes dos grandes centros urbanos.

A tecnologia utilizada no experimento é da empresa lituana Sentante. Ela permite que o robô reproduza em tempo real os movimentos realizados pelo cirurgião, mesmo estando a grandes distâncias. O robô é conectado a cateteres e fios convencionais, utilizados em trombectomias tradicionais.

Para o teste, foram utilizados quatro corpos humanos doados à pesquisa, com um fluido simulando o sangue circulando nos vasos. O robô operou com precisão, enquanto os médicos acompanhavam cada etapa da cirurgia por meio de imagens de raios X em tempo real.

A estabilidade da conexão foi garantida pelas empresas Nvidia e Ericsson. Os médicos informaram que a latência, ou seja, o tempo de resposta entre o comando e a execução, foi de apenas 120 milissegundos.

O estudo destaca que esta tecnologia tem o potencial de ampliar o acesso às cirurgias de AVC. Atualmente, na Escócia, apenas três cidades oferecem o procedimento de trombectomia, o que exige que pacientes de outras regiões se desloquem para receber tratamento, diminuindo suas chances de recuperação. A professora Grunwald ressaltou que cada minuto de atraso no tratamento reduz em 1% a probabilidade de um bom resultado clínico. Portanto, a possibilidade de realizar a cirurgia remotamente pode ser crucial para salvar vidas, eliminando barreiras geográficas.

Em um ano, foram registrados mais de nove mil casos de AVC isquêmico na Escócia, mas uma pequena parcela dos pacientes teve acesso ao procedimento. O índice é similar ao do restante do Reino Unido. Os cientistas envolvidos no projeto esperam que os testes clínicos em pacientes vivos tenham início em breve, abrindo caminho para uma nova era da cirurgia robótica no tratamento de AVC.

Fonte: olhardigital.com.br

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