O Ministério da Saúde lançou uma nova linha de cuidado voltada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). A principal diretriz estabelece a aplicação do teste M-Chat em todas as crianças com idade entre 16 e 30 meses atendidas na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS)
O Ministério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (18/9), uma nova linha de cuidado voltada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). A principal diretriz estabelece a aplicação do teste M-Chat em todas as crianças entre 16 e 30 meses atendidas na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS).
O questionário, com 23 perguntas respondidas por pais ou responsáveis, será usado para identificar sinais iniciais do transtorno. Segundo a pasta, a triagem passará a integrar a rotina de avaliação do desenvolvimento infantil.
“Pela primeira vez, o ministério estabelece uma linha de cuidado para o TEA. O centro dela, a recomendação mais importante, é o esforço do diagnóstico precoce no início dos cuidados e intervenções”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na coletiva de hoje.
O exame estará disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico E-SUS. Com os dados registrados, profissionais poderão encaminhar casos suspeitos para serviços especializados e orientar famílias sobre estímulos necessários.
“A atuação precoce é fundamental para a autonomia e a interação social futura”, disse Padilha durante a coletiva.
A diretriz também prevê a utilização do Projeto Terapêutico Singular (PTS), instrumento que organiza o cuidado a partir da construção de planos individualizados por equipes multiprofissionais em conjunto com familiares.
A proposta inclui capacitação de trabalhadores da saúde, orientação parental, grupos de apoio e estratégias de intervenção no ambiente domiciliar. A expectativa é reduzir a sobrecarga dos cuidadores e fortalecer vínculos afetivos.
Segundo estimativas do governo federal, cerca de 1% da população brasileira vive com TEA. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que 71% desse grupo apresentam outras deficiências associadas.
“A nova linha de cuidado também orienta sobre os fluxos de encaminhamento, esclarecendo quando o paciente atendido nos Centros Especializados em Reabilitação (CER) deve ser encaminhado a outros serviços, como os de saúde mental, caso apresente sofrimento psíquico”, destacou a pasta, citando a fala de Padilha na coletiva.
Para Padilha, a estratégia amplia o alcance da rede e antecipa os estímulos necessários para desenvolvimento.
“As medidas são para fortalecer a atenção primária e reforçar a observação, orientar os profissionais de saúde para adoção desses métodos de rastreamento”, declarou Padilha na coletiva. “Não precisa fechar o diagnóstico para começar as ações. Tem um impacto muito grande no desenvolvimento dessas crianças.”
Tribuna Livre, com informações do Ministério da Saúde