Vinícius Marques de Carvalho afirmou que era sua obrigação funcional resguardar informações sobre o esquema. Apesar da postura de resguardo, disse que a situação passou a ser tratada de forma interna pela CGU desde então
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, afirmou nesta quinta-feira (2/10), durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que não poderia ter avisado o governo sobre o esquema de fraudes logo após ter tomado conhecimento do caso. Segundo ele, a legislação e suas funções institucionais o impediam de compartilhar as informações naquele momento.
Carvalho foi questionado pelo relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sobre a demora em acionar o Executivo. Em resposta, o ministro defendeu sua conduta. “Era minha obrigação funcional não revelar nada para ninguém”, declarou. Apesar da postura de resguardo, disse que a situação passou a ser tratada de forma interna pela CGU desde então.
O chefe da Controladoria também relatou que soube do esquema em março de 2023, a partir de pedidos da imprensa via Lei de Acesso à Informação (LAI). As solicitações de dados sobre pagamentos de aposentadorias levantaram suspeitas e deram início à apuração feita pelo órgão de controle.
Durante a sessão, a fala de Carvalho provocou reações entre os parlamentares. O relator criticou a postura do ministro, argumentando que a demora em repassar informações teria prejudicado a atuação do governo no enfrentamento do problema. Gaspar afirmou que esperava uma comunicação mais ágil diante da gravidade do caso.
A CPMI do INSS segue ouvindo autoridades e técnicos envolvidos nas investigações. Nesta semana, os membros também aprovaram a convocação do empresário Maurício Camisotti, além de discutirem novos requerimentos de quebra de sigilos e compartilhamento de informações com outros órgãos de fiscalização.
Tribuna Livre, com informações do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU)