A iniciativa do Núcleo de Farmácia Viva recebeu apoio da Funap para fornecer capim citronela.
Diante do aumento dos casos de dengue no Distrito Federal (DF), receitas caseiras podem ser excelentes aliadas para repelir o vetor que transmite a doença. Uma dessas opções é o difusor à base de capim citronela, que pode ser facilmente feito pela população.
Para disseminar o modo de preparo do extrato, a Secretaria de Saúde (SES), por meio do Núcleo de Farmácia Viva, realizou um mutirão na quarta-feira (6) para capacitar cerca de 20 profissionais das unidades básicas de saúde, que serão multiplicadores da técnica em suas regiões.
O capim utilizado na capacitação foi recolhido pelos profissionais da Farmácia Viva na Fazenda da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), no Complexo da Papuda. Os reeducandos do sistema são responsáveis por plantar e cuidar do capim, sendo essa a primeira vez que o mutirão conta com o apoio da plantação mantida pela Funap. Com o capim recolhido na fazenda, será possível produzir aproximadamente 100 litros do repelente caseiro durante o mutirão.
Segundo o gerente da Fazenda da Funap, Nilton Alves dos Santos, o trabalho entre os reeducandos é essencial para a ressocialização. “Essas ações ajudam na ressocialização. Além de se capacitarem, eles se dedicam à prática e encontram uma área de atuação com maior preferência”, afirmou.
Após a colheita na Fazenda da Funap, a capacitação foi realizada no Núcleo de Farmácia Viva, no Riacho Fundo. Os participantes aprenderam o passo a passo de como preparar a receita caseira para repelir o mosquito, com a expectativa de repassar o aprendizado para a população.
Para o farmacêutico chefe do Núcleo de Farmácia Viva, Nilton Netto, a parceria com a Funap no fornecimento de citronela é inédita. “Recentemente, quando vim pegar umas plantas medicinais, vi como o capim de citronela estava bonito e em abundância. Logo marquei de vir aqui para fazermos nosso mutirão. Os colegas aprenderão a produzir o extrato e, posteriormente, repassarão as informações a outras pessoas”, pontuou Nilton Netto.
Os participantes do mutirão, como a farmacêutica da UBS 1 de Águas Claras Tatiana Borges, têm a oportunidade de aprimorar seus conhecimentos na receita. “Eu sempre tive afinidade com esse assunto e, nesse momento da dengue, a gente tem que pensar em outras alternativas para todos se protegerem”, compartilhou Tatiana.
Já a farmacêutica Polyanna de Freitas Silva, da UBS 5 do Gama, aproveitou a oportunidade para aprender na prática como fazer o repelente caseiro. “Tudo o que a gente puder trazer para a comunidade nesse momento é válido. A minha ideia é levar o conhecimento também para os servidores, com o intuito de ensiná-los a se cuidarem para que estejam bem para acolher os pacientes que precisam do nosso apoio”, avaliou Polyanna.
O difusor caseiro pode ser preparado cortando folhas frescas de citronela em pedaços de 2 cm e colocando-as em um pote escuro de boca larga. Em seguida, acrescenta-se etanol a 96% ou 93,8º INPM até cobrir todas as folhas. A mistura deve ser mantida fechada por sete dias, agitando o pote diariamente. Depois, é filtrada e colocada em um vidro escuro de 100 ml, com especificações e data de validade. O extrato pode ser utilizado por um ano.
Para difundir a mistura no ambiente, coloca-se três palitinhos de Pinus de 20 cm, aguardando 15 minutos para absorção e virando o palitinho. O produto também pode ser utilizado durante a limpeza da residência, diluindo o extrato na água. O melhor horário para usar o repelente caseiro é no final do dia, entre 17h e 18h, quando os mosquitos da dengue são mais ativos.
Tribuna Livre, com informações da Secretaria de Saúde do DF








