Nasrin Sotoudeh, advogada conhecida por sua atuação em defesa dos direitos humanos, foi detida no domingo (29/10) durante o funeral de Armita Garawand.
A proeminente advogada e defensora dos direitos humanos, Nasrin Sotoudeh, foi detida no domingo (29/10) durante o funeral de uma jovem que faleceu em circunstâncias nebulosas no metrô, conforme reportou seu marido à AFP nesta segunda-feira (30/10).
“Minha esposa foi presa durante o funeral de Armita Garawand, juntamente com outros presentes”, declarou Reza Khandan, relatando que ela foi “violentamente agredida”.
Armita Garawand, uma estudante curda de 17 anos, foi sepultada em um cemitério no sul de Teerã, um dia após seu falecimento. A jovem passou quase um mês em coma no hospital, após desmaiar no metrô da capital.
A agência de notícias local Fars informou no domingo à noite que a advogada Nasrin Sotoudeh foi “detida e entregue às autoridades judiciais” por “não usar o véu” e por “perturbar a tranquilidade mental da sociedade”. Desde a Revolução Islâmica de 1979, é obrigatório o uso do véu para as mulheres.
Sotoudeh, de 60 anos, ganhadora do Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu para defensores dos direitos humanos em 2012, já foi detida várias vezes nos últimos anos. Em 2018, foi presa por defender uma mulher detida por protestar contra a obrigação de usar véu no Irã. E um ano depois, foi condenada a 12 anos de prisão “por incitar a corrupção e o desrespeito”.
As circunstâncias da morte da jovem Garawand continuam controversas. Um vídeo de uma câmera de segurança amplamente divulgado nas redes sociais mostra Garawand, que não usava lenço na cabeça, sendo retirada do vagão do metrô após perder a consciência.
As autoridades afirmam que ela caiu e bateu a cabeça após sofrer uma queda repentina da pressão arterial. Negaram qualquer “confronto físico ou verbal com os passageiros ou funcionários do metrô”. No entanto, diversas ONGs declaram que a estudante ficou gravemente ferida após uma “agressão” cometida por membros da chamada polícia da moralidade, responsável por impor o estrito código de vestimenta para mulheres em público.
Tribuna Livre, com informações da Agence France-Presse









