25/12/2025

O Brasil denuncia e critica a crise em Gaza e a “inoperância” do Conselho de Segurança da ONU.

Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, discursando na Cúpula Internacional da Paz organizada pelo presidente egípcio no Cairo - (crédito: KHALED DESOUKI / AFP)
No Egito, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, condenou os ataques do Hamas e expressou preocupação com a crise humanitária em Gaza. Ele afirmou: “O Brasil apelará ao diálogo.”

Representando o Brasil na Cúpula Internacional da Paz no Cairo, no Egito, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, condenou os ataques do grupo extremista Hamas a Israel e denunciou a crise humanitária em curso na Faixa de Gaza, em meio à contraofensiva israelense. A região, que abriga mais de 2 milhões de habitantes, está sujeita a bombardeios constantes e enfrenta escassez de serviços essenciais, como água, alimentos, medicamentos e energia elétrica.

“O Brasil tem acompanhado com preocupação a escalada de violência e a deterioração da situação de segurança na região recentemente e nos últimos meses. Lamentamos testemunhar tais condições no ano do trigésimo aniversário dos Acordos de Oslo. Se tivéssemos visto progressos desde então, estaríamos celebrando a paz e a amizade. No entanto, a situação que temos hoje diante de nós é muito terrível”, iniciou o chanceler brasileiro.

“O governo brasileiro rejeita e condena inequivocamente os ataques terroristas perpetrados pelo Hamas em Israel no dia 7 de outubro, bem como a tomada de reféns civis. Cidadãos brasileiros estão entre as vítimas, três deles foram assassinados em Israel. Como muitos outros países, o Brasil também tem cidadãos à espera de serem evacuados de Gaza, enquanto observamos com alarme a deterioração da situação humanitária na região, especialmente a escassez de suprimentos médicos, alimentos, água, eletricidade e combustível. Israel, como potência ocupante, tem responsabilidades específicas no âmbito dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário. Estas devem ser cumpridas em qualquer circunstância”, continuou Mauro Vieira.

O ministro também criticou as ocupações israelenses na Palestina, afirmando que o conflito na região afeta principalmente os civis. Segundo Mauro, o Brasil vai continuar com o apelo pelo diálogo e respeito ao direito humanitário. “O impasse no processo de paz; a estagnação social e econômica que prevalece há muito tempo em Gaza; a expansão contínua dos colonatos israelitas nos territórios ocupados, a violência contra os civis, a destruição de infraestruturas básicas, as violações do “status quo” histórico dos locais sagrados em Jerusalém, todos estes fatores se combinam para gerar um ambiente social e cultural que põe em risco a ‘solução de dois Estados’ e gera ódio, violência e extremismo”, ressaltou o chanceler.

Mauro Vieira lembrou do bombardeamento do hospital Al Ahli-Arab em Gaza, que causou centenas de mortes. Para ele, a destruição de estruturas de saúde é “inaceitável”. “A comunidade internacional deve exercer os máximos esforços diplomáticos para garantir o rápido estabelecimento de corredores e pausas humanitárias e um cessar-fogo imediato. Como afirmou o presidente Lula, a crise atual exige uma ação humanitária multilateral urgente para acabar com o sofrimento dos civis apanhados no meio das hostilidades”, frisou.

“Só a retomada de negociações eficazes poderá trazer resultados concretos para a implementação da solução de dois Estados, em conformidade com todas as resoluções relevantes da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança, com Israel e a Palestina a viverem em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e reconhecidas internacionalmente”, acrescentou o ministro.

Tribuna Livre, com informações da AFP

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