A portas fechadas, o pupilo de Bolsonaro também tem feito críticas ao STF.
Com bom trânsito no Supremo Tribunal Federal (STF), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não vive seus melhores momentos com os membros da Corte. Segundo interlocutores do tribunal, o distanciamento ocorreu, inclusive, entre ele e o ministro Alexandre de Moraes, com quem Tarcísio costumava falar quase que semanalmente. A portas fechadas, o pupilo de Bolsonaro também tem feito críticas ao STF.
A principal queixa dos magistrados foi sobre o discurso do governador de São Paulo no ato com Jair Bolsonaro, em Copacabana, no Rio. No trio elétrico, Tarcísio classificou os réus do 8 de Janeiro como “inocentes que receberam penas desarrazoadas” e disse que a anistia aos envolvidos nos ataques golpistas seria um caminho para pacificar o país.
— O que eles fizeram? Usaram batom? Num país onde todo dia a gente assiste a traficantes indo para a rua, onde os caras que assaltaram o Brasil, que assaltaram a Petrobras, voltaram para a cena do crime, para a política, foram reabilitados. Está certo isso? Parece haver justiça nisso? Então é correto que a gente garanta a anistia para aqueles inocentes que nada fizeram. Vamos lutar e garantir que esse projeto seja pautado e aprovado — afirmou o pupilo de Bolsonaro.
A fala foi alvo de críticas de diversos magistrados do Supremo em conversas reservadas, incluindo Moraes. Ministros da Corte têm mostrado descontentamento com a postura de Tarcísio, de ficar com um pé em cada canoa. A avaliação feita é que o governador é visto como uma pessoa de centro, mas tem pesado nos gestos ao bolsonarismo. No mês que vem, ele participará de um novo ato com o ex-presidente em favor da anistia, desta vez, em São Paulo.
Esse não é o primeiro climão que Tarcísio enfrenta com a Corte. No ano passado, a relação do governador com alguns integrantes do tribunal, especialmente Moraes, esfriou depois que o magistrado decidiu suspender a rede X no Brasil, por descumprir ordens judiciais.
Tarcísio chegou a apresentar informalmente ao ministro uma proposta de reconsideração do bloqueio da rede, que foi prontamente rechaçada. Com isso, o governador de São Paulo não compareceu a um jantar organizado por Moraes em sua residência, em setembro do ano passado, após receber uma homenagem do Ministério Público de São Paulo.
Tribuna Livre, com informações do G1