A segunda principal causa de morte por tumores em homens, estima-se que a doença terá mais de 71 mil novos casos anualmente entre 2023 e 2025, conforme dados do Inca.
O câncer de próstata é uma doença sorrateira. Durante sua fase inicial, é completamente assintomática, com sintomas que só surgem quando o tumor se torna metastático, saindo da próstata. Nesse estágio avançado, os pacientes experimentam sangramentos, obstrução das vias urinárias e dores, sendo a fase em que a maioria dos casos da doença é diagnosticada, chegando a um total de 60%.
Conforme os dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum de carcinoma e a segunda causa de morte por tumores entre os homens. Estima-se que mais de 71 mil novos casos serão identificados anualmente no Brasil entre 2023 e 2025. Por esta razão, a prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para o sucesso do tratamento. As chances de cura ultrapassam 90% se o tumor for detectado nos estágios iniciais.
“O tratamento da doença varia conforme o grau de disseminação do câncer. Em alguns casos, apenas o acompanhamento é necessário. No entanto, para tumores mais agressivos, adotamos o tratamento cirúrgico combinado com radioterapia ou quimioterapia. Quando há metástase, incluímos também o tratamento hormonal. Todos esses procedimentos são realizados na Atenção Terciária, onde o Hospital de Base é uma das unidades de referência”, explica o coordenador do Núcleo de Uro-Oncologia do Hospital de Base, Flávio Guimarães.
A prostatectomia radical é a principal cirurgia para o câncer de próstata, removendo toda a próstata e algumas estruturas vizinhas, como as vesículas seminais.
Prevenção e diagnóstico
A próstata é uma glândula exclusiva do sexo masculino, localizada na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo parte da uretra superior. Sua função é produzir um líquido que compõe parte do sêmen, nutrindo e protegendo os espermatozoides. No entanto, à medida que os homens envelhecem, o tamanho da próstata aumenta.
Recomenda-se que homens façam exames preventivos a partir dos 50 anos de idade ou aos 45 anos, caso haja casos na família. A investigação envolve o exame de sangue para o antígeno prostático específico (PSA) e o toque retal, responsável por 20% dos diagnósticos. Outros exames, como biópsias e ultrassonografias, também podem ser solicitados.
“O exame de PSA é um importante indicador sanguíneo, mas é necessário complementá-lo com o toque retal, já que alguns tumores podem não ser evidenciados no PSA, podendo resultar na perda de um diagnóstico sem esse exame adicional”, explica Guimarães.
Na rede pública, os exames são requisitados após a consulta com o médico de família em unidades básicas de saúde (UBSs), que encaminha para hospitais da rede que possuem a especialidade em urologia. O tratamento é realizado na Atenção Terciária.
Segundo o coordenador do Núcleo de Uro-Oncologia do Hospital de Base, a mudança de hábitos pode ser crucial para prevenir a doença. “O câncer de próstata tem um componente genético, mas também está relacionado ao estilo de vida. Por isso, recomendamos hábitos saudáveis: atividade física, dieta rica em antioxidantes e alimentos integrais, redução da ingestão de proteína e gordura animal e exposição moderada ao sol”, afirma Flávio Guimarães.
Tribuna Livre, com informações da Secretaria de Saúde do DF