“Devemos proteger o amor, o amor que emana do coração, da mente e do corpo, o amor puro na entrega completa ao outro”, defendeu o líder religioso.
Nesta quinta-feira (18/1), o Papa Francisco afirmou que o prazer sexual é um “presente de Deus”, mas alertou contra os males da pornografia, destacando que a “satisfação sem relacionamento pode gerar formas de dependência”. Essas declarações foram feitas durante uma catequese sobre o “vício da luxúria”.
“Entre todos os prazeres humanos, a sexualidade tem uma voz poderosa. Envolve todos os sentidos, habita tanto no corpo quanto na psique, e isso é muito bonito, mas se não for disciplinado com paciência, se não estiver inscrito em um relacionamento e em uma história onde dois indivíduos o transformam em uma dança amorosa, transforma-se numa cadeia que priva os seres humanos da liberdade”, explicou o papa durante a Audiência Geral na Sala Paulo VI.
O líder religioso enfatizou que a verdadeira beleza da relação sexual está no amor. “Temos que proteger o amor, o amor do coração, da mente e do corpo, o amor puro na entrega completa ao outro. E esta é a beleza da relação sexual”, ressaltou Francisco.
Ele também esclareceu que, no cristianismo, não há condenação do instinto sexual. “Se não estiver poluído pelo vício, o apaixonar-se é um dos sentimentos mais puros. Uma pessoa apaixonada torna-se generosa, gosta de dar presentes, escreve cartas e poemas. Deixa de pensar em si mesma para se projetar completamente nos outros. E se perguntarem a um apaixonado por qual motivo ama, não encontrará uma resposta: em muitos aspetos, o seu amor é incondicional, sem qualquer motivo”, declarou o papa.
Além disso, o pontífice alertou sobre os perigos do vício na sexualidade, ressaltando que ele desconhece o caminho do amor. “Em primeiro lugar, porque (a luxúria) devasta as relações entre as pessoas. Infelizmente, as notícias do dia a dia são suficientes para documentar tal realidade. Quantos relacionamentos que começaram da melhor maneira se transformaram em relacionamentos tóxicos, de posse do outro, desprovidos de respeito e de senso de limites? São amores em que faltou a castidade: virtude que não deve ser confundida com a abstinência sexual, mas sim com a vontade de nunca possuir o outro”, enfatizou o Papa Francisco.
“Amar é respeitar o outro, buscar a sua felicidade, cultivar a empatia pelos seus sentimentos, colocar-se no conhecimento de um corpo, de uma psicologia e de uma alma que não são os nossos, e que devem ser contemplados pela beleza de que são portadores. Amar é belo”, concluiu o pontífice.
Tribuna Livre, com informações da AFP