O Papa enfatizou que essa possibilidade deve ser aplicada com restrições, examinando cada situação individualmente, e não deve ser equiparada ao casamento.
O Papa Francisco sugeriu que pode existir uma maneira de os padres concederem bênçãos a casais do mesmo sexo, desde que essas bênçãos sejam restritas e avaliadas caso a caso. Ele enfatizou que essas bênçãos não devem ser confundidas com o casamento entre casais heterossexuais. Essa declaração foi feita em resposta a cinco cardeais conservadores que desafiaram suas opiniões sobre a homossexualidade antes de uma reunião com membros da comunidade LGBTQIAPN+ católica.
Na segunda-feira (2/10), o Vaticano divulgou uma carta escrita por Francisco em resposta às perguntas dos cardeais. Uma das perguntas tratava especificamente do casamento entre pessoas do mesmo sexo, que se tornou comum em países como a Alemanha, com padres abençoando casais gays comprometidos em um relacionamento.
Francisco explicou que quando as pessoas pedem uma bênção, estão expressando um pedido de ajuda a Deus, uma oração para viverem melhor, demonstrando confiança em Deus como um pai que pode ajudá-las a viver de forma mais plena. No entanto, ele reiterou que a Igreja só reconhece o casamento como uma união entre um homem e uma mulher. Ele também enfatizou que o clero deve exercer “prudência pastoral” ao discernir se há formas de bênçãos que não transmitam uma concepção errônea de casamento, quando solicitadas por uma ou mais pessoas.
O Papa afirmou que a Igreja deve evitar qualquer ritual que vá contra esse ensinamento e destacou a importância da “caridade pastoral” em todas as decisões e atitudes, não sendo apenas juízes que negam, rejeitam e excluem.
Ele reconheceu que, às vezes, os pedidos de bênção são uma maneira que as pessoas encontram para se aproximar de Deus e viverem vidas melhores, mesmo que algumas ações sejam “objetivamente moralmente inaceitáveis”.
Para Francis DeBernardo, diretor executivo do New Ways Ministry, um ministério de defesa e justiça para católicos lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, essa carta representa um avanço significativo para a inclusão dos católicos LGBTQIAPN+ na Igreja e é um passo importante para combater sua marginalização.
Tribuna Livre, com informações.