Na terça-feira (13), a festa foi animada por blocos que contavam com a presença de famílias de foliões, como o Portadores d’Alegria e Groove do Bem.
O último dia do Carnaval no Distrito Federal foi movimentado, com centenas de pessoas aproveitando os blocos que tomaram as ruas nesta terça-feira (13). Entre os grupos que animaram os foliões estavam o Portadores da Alegria, o Pacotão e o Groove do Bem, no Plano Piloto e em Taguatinga. Somente este ano, o GDF investiu mais de R$ 6 milhões na festa de rua na capital federal.
O bloco Portadores d’Alegria, prestes a completar uma década, reuniu o público no estacionamento 12 do Parque da Cidade, com música ao vivo, pintura de rosto, mágicos, brinquedos infláveis, teatro infantil do Detran-DF e uma estrutura específica para pessoas com deficiência (PcDs). A festa começou por volta das 13h e seguiu até as 20h30.
“Percebemos a necessidade de atender a comunidade PcD da nossa capital. Tem sido gratificante. A cada ano, o bloco vem numa evolutiva de público, com pessoas com espectro autista, cadeirantes, surdos e mudos, num espaço totalmente voltado para recebê-los”, revelou o presidente do bloco, Paulo Henrique de Oliveira.
É tradição da família Neri participar do bloco para que Gabriel, 19 anos, que tem síndrome de Down, possa brincar o Carnaval e aproveitar as músicas, parte favorita do garoto no evento. “Ele tinha 6 anos quando comecei a trazê-lo. Desde então, todo ano eu venho com ele, não perdemos um. Gosto de tudo, principalmente da segurança”, revela a mãe do jovem, Erica Carolina Neri.
O adolescente João Paulo Pires dos Santos, 17 anos, também marca presença todos os anos no bloco. Acompanhado do pai, o advogado João Pires, 56 anos, o jovem cadeirante aproveitava a folia trajado de policial. “Esse bloco é muito inclusivo porque tem acesso e bancadas especiais para os PcDs. Tem muita segurança e tranquilidade. Tem que ter todo ano porque a pessoa com deficiência não tem que ficar isolada”, analisa João Pires.
A árbitra de bocha paralímpica Maria Inês de Bona, 54 anos, e a filha dela, a atleta de bocha Erika Bernardi, 21 anos, foram pela primeira vez ao bloco e ficaram encantadas. As duas não pararam de dançar um minuto ao som das músicas de Carnaval. “Fiquei sabendo pela televisão. Estava passando por aqui e vim. Acho que é interessante não por ser inclusivo, mas por ser um espaço para todo mundo. É muito bom e gostoso estar aqui”, comentou Maria Inês.
A festa no Plano Piloto também foi marcada pelo tradicional Pacotão. O bloco mais irreverente da folia candanga iniciou o cortejo na 302/303 Norte e seguiu em direção à 504 Sul, fazendo o percurso pela contramão da W3. No desfile, marchinhas, humor e muitos foliões fantasiados.
Homenagem ao Carnaval afro
O Taquaparque, em Taguatinga, que foi cenário de alguns blocos ao longo do Carnaval, recebeu no último dia da folia o evento Groove do Bem. A programação contou com shows carnavalescos, brinquedos infláveis e a reunião de grupos percussivos, como Ásé Dúdú, Surdudom e Batalá, em comemoração aos 50 anos dos blocos afros no Brasil.
Essa foi a terceira vez que o bloco saiu no Carnaval com recursos do GDF. “É um Carnaval que a gente faz justamente para que as famílias de Taguatinga não precisem se deslocar da sua região para ir pro Plano Piloto”, destacou Ricardo Almeida, fundador do Bloco Groove do Bem. “A festa ter sido contemplada com o edital é uma alegria muito grande”, acrescentou.
A administradora Neide da Silva, 45 anos, e a filha dela Ana Laura, 12 anos, curtiram apenas um dia de Carnaval e escolheram o Taguaparque para aproveitar a folia. “É um evento para família e todos têm que trazer os filhos para conhecer, se divertir e brincar”, defendeu.
Após vários dias de apresentações no Carnaval, o grupo Batalá encerrou a festa no Groove do Bem. A convite do bloco, a banda se juntou a outros percussionistas para celebrar o cinquentenário do bloco afro baiano Ilê Ayé.
“É muito importante mostrar a cultura que temos, principalmente em eventos como esse, abertos ao público sem cobrança de ingresso e que cada um pode trazer sua bebida. É uma coisa maravilhosa”, definiu a presidente do Batalá, Nina Pires.
Tribuna Livre, com informações da Agência Brasília