Junto aos agentes do mercado financeiro, legisladores envolvidos na aprovação da agenda econômica, como o deputado Danilo Forte (União-CE), manifestaram descontentamento com as declarações.
Políticos e atores do mercado financeiro reagiram negativamente à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sugeriu a possibilidade de o Brasil não atingir equilíbrio nas contas públicas até 2024. Durante uma conversa com jornalistas em seu aniversário, nesta sexta-feira (27/10), Lula questionou: “Se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, de 0,25%, o que é? Nada”.
Embora o arcabouço fiscal, sancionado em agosto pelo presidente, permita uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para um saldo positivo ou negativo, a declaração do líder do Partido dos Trabalhadores gerou desconfiança no mercado em relação ao compromisso com a agenda econômica.
Às 16h, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrou queda de 1,31%, atingindo 113.268,81 pontos, enquanto o dólar apresentou alta de 0,46%, ultrapassando a marca dos R$ 5,00.
“Essas declarações são desmotivadoras para a agenda econômica, que já encontra resistência no Legislativo”, comentou Danilo Forte (União-CE), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que tem retardado a apresentação de seu parecer aguardando a aprovação de todos os projetos governamentais que permitirão um aumento da arrecadação de impostos no próximo ano.
“O atraso na votação da LDO foi justamente para dar tempo ao governo para convencer sobre as propostas da equipe econômica”, acrescentou Forte, observando que as declarações de Lula “preocuparam” o ministro Fernando Haddad.
“Estamos comprometidos em cumprir a meta fiscal, mas essa não necessariamente precisa ser zero. O país não precisa disso. Não estabelecerei uma meta fiscal que me obrigue a iniciar o ano com cortes bilionários em projetos prioritários para o país. Muitas vezes, o mercado é excessivamente ganancioso e exige uma meta que sabe que não será cumprida”, afirmou o presidente durante o encontro com jornalistas.
Tribuna Livre, com informações da Secom