A Comissão Processante, encarregada de investigar o gestor, dispõe de um prazo de 90 dias para avaliar se houve infração ao decoro.
O vereador Moisés Victor Silva (Republicanos) destaca-se como uma das principais figuras da oposição ao prefeito Naçoitan Leite (sem partido) na Câmara Municipal de Iporá. Autor do pedido de impeachment contra o gestor, acusado de invadir a residência da ex-esposa e disparar contra o quarto onde ela se encontrava com o namorado no último sábado (18), Moisés enfatiza que o impeachment é a principal prioridade dos opositores no momento, mas admite ser pré-candidato à prefeitura em 2024.
Segundo Moisés, na oposição, também estão as vereadoras Viviane Leão (PT) e Heb Keller (Republicanos). Ao ser indagado sobre a organização do grupo para o próximo ano, ele menciona que a oposição inclui várias pessoas e nomes fora da Câmara, embora não forneça detalhes. Na avaliação dele, é praticamente impossível para Naçoitan ter um sucessor, dado que o prefeito, agora sob custódia após se entregar nesta quinta-feira (23), está em seu segundo mandato.
Relativamente ao processo de impeachment, a Comissão Processante foi instaurada nesta semana. Moisés indica que o próximo passo é a intimação de Naçoitan, um procedimento esperado nos próximos cinco dias. “Após isso, o prefeito terá dez dias para apresentar sua defesa.” Os trabalhos da comissão, destinados a investigar se houve quebra de decoro por parte do chefe do Executivo, podem se estender por até 90 dias.
Moisés esclarece que o grupo opera de maneira análoga a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Os membros incluem Heb Keller como presidente, Roni Costa (União Brasil) como relator e Rangel Pimenta (PRB) como membro. O proponente do impeachment não pode participar por ser o denunciante.
No que diz respeito ao caso, Naçoitan Leite se entregou nesta quinta-feira e está detido, acusado de invadir a casa da ex-esposa e disparar contra o quarto onde ela estava com o namorado em 18 de novembro. Em seu depoimento à Polícia Civil, o prefeito admitiu ter misturado álcool e remédios na noite anterior.
Ao delegado regional de Iporá, Ramon Queiroz, Naçoitan relatou ter consumido álcool durante as celebrações do aniversário do município. Ele admitiu ter ido à casa da ex-mulher na manhã seguinte para recuperar um dispositivo de gravação de imagens de segurança, mas afirmou não se lembrar do que fez com ele. Na apresentação à polícia, o prefeito entregou a pistola usada no incidente, alegando não se recordar de estar com outra arma.
O delegado informou que a Polícia Técnico-Científica já confirmou o uso de duas armas, de calibres diferentes, no ataque, e está trabalhando para localizar a segunda arma. Após prestar depoimento, Naçoitan foi encaminhado à Unidade Prisional de Iporá, onde permanecerá detido até a Audiência de Custódia ainda hoje.
A defesa de Naçoitan anunciou a intenção de buscar um novo Habeas Corpus para ele, uma vez que os dois impetrados ao longo da semana foram negados.
Tribuna Livre, com informações da Câmara Municipal de Iporá.