Hospital esclareceu, em nota, que segue um rigoroso protocolo de Classificação de Risco, prestando assistência às pacientes de acordo com a urgência que cada caso exige
Uma nota da Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, após a confusão registrada na sexta-feira (12), informou que a “paciente citada [como uma das responsáveis pelo conflito] tentou ser atendida em desacordo com o protocolo, exigindo passar à frente de outras mulheres, situação que não foi permitida pela equipe”.
A confusão ocorreu entre equipe de saúde e policiais militares (PMs), e teria sido provocada por uma falsa denúncia de “negligência médica”. Esta, segundo os servidores, foi feita depois que o marido de uma gestante se revoltou com o fato de a mulher não receber atendimento prioritário. Desse modo, ele acionou o escritório de um vereador, cujo assessor compareceu e chamou a corporação. Um maqueiro e uma enfermeira foram presos.
O Hospital esclareceu, em nota, que segue um rigoroso protocolo de Classificação de Risco, prestando assistência às pacientes de acordo com a urgência que cada caso exige. Sobre a atuação da Polícia Militar, disse que lamenta a ofensiva “com os profissionais que seguiam as diretrizes da assistência eficaz, respeitosa e segura, e informa que a Fundahc/UFG, gestora da unidade, acionou uma advogada criminalista para conduzir a situação”.
Confusão
Um vídeo do circuito de segurança do hospital mostra uma enfermeira sendo puxada pelo braço e empurrada por um policial militar. Na sequência, a discussão fica mais acalorada, com aglomeração de outras pessoas.
Os profissionais detidos foram levados para a delegacia no carro do diretor do hospital, com a presença da coordenadora, e permaneceram no Instituto Médico Legal (IML) até a madrugada para realizar os exames de corpo de delito. De acordo com a servidora, os colegas apresentavam diversas marcas resultantes das agressões.
Confusão na Maternidade Célia Câmara
A Polícia Militar informou que foi chamada para atender uma ocorrência “relacionada a um possível caso de omissão de socorro a uma mulher grávida que passava mal”. Entretanto, a corporação relata que durante a abordagem “dois servidores do hospital foram detidos por desobediência e resistência, sendo conduzidos à Central Geral de Flagrantes, onde a autoridade competente, diante de todo bojo probatório apresentado, lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e uma prisão em flagrante”.
A partir da ocorrência policial, “a gestante, após o ocorrido, foi encaminhada para a sala de cirurgia, onde foi realizado o parto por outro médico da unidade, resultando no nascimento de uma criança do sexo feminino”. O SindiSaúde e a Maternidade Célia Câmara se manifestaram em apoio aos servidores e lamentaram o ocorrido. Ambos lembraram que, apesar dos salários e benefícios estarem atrasados, os servidores continuam prestando atendimento à população.
Nota do hospital
O Hospital da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) esclarece que segue rigoroso protocolo de Classificação de Risco, prestando assistência às pacientes de acordo com a urgência que cada caso exige.
A paciente citada tentou ser atendida em desacordo com o protocolo, exigindo passar à frente de outras mulheres, situação que não foi permitida pela equipe.
O HMMCC lamenta a conduta ofensiva da Polícia Militar com os profissionais que seguiam as diretrizes da assistência eficaz, respeitosa e segura, e informa que a Fundahc/UFG, gestora da unidade, acionou uma advogada criminalista para conduzir a situação.
Mesmo com a triste circustância, o hospital mantém o atendimento às pacientes que procuram a Emergência da unidade. O cuidado com a saúde da população não pode parar.”
Tribuna Livre, com informações da Maternidade Célia Câmara