Problema se agravou com a volta às aulas
Passageiros que dependem da linha 203 em Goiânia – que liga o Terminal Isidória à Avenida W-1, no setor Santa Luzia – enfrentam atrasos, superlotação e confusão nos coletivos. A diarista Cleidiane Alves, que utiliza o transporte para chegar ao trabalho, relata que os principais problemas são a frequência irregular dos ônibus e as falhas no aplicativo SiMRmtc, usado para consultar os horários em tempo real.
O problema, segundo ela, não é novo, mas piorou com o fim do período de férias escolares e a volta às aulas. “No período de férias, em que as crianças estavam em casa, estava bem tranquilo de andar, o aplicativo estava funcionando de forma regular. Agora, na volta às aulas, virou uma bagunça total”, relata Cleidiane.
Conforme os relatos, os ônibus passam em horários diferentes dos informados pelo sistema e, muitas vezes, a previsão de chegada simplesmente some, indicando uma espera de mais 25 minutos pelo próximo veículo.
“Até às 7h da manhã passam de dois em dois, quase seguidos. Mas após esse horário temos que esperar mais 30 minutos para o próximo. Com isso, causa superlotação e confusões dentro do coletivo”, detalha a diarista. “Acumula gente, causa briga dentro do ônibus, uma confusão danada, gritaria. O povo xinga o motorista. Um caos total.”
Nesta segunda-feira (25), Cleidiane decidiu sair mais cedo de casa para tentar chegar no horário no trabalho, mas mesmo assim não evitou o atraso. “Cheguei atrasada, ainda houve toda aquela confusão. O ônibus chegou, o povo entrou e o motorista desligou o ônibus porque o povo não deixava a porta fechar, com medo de se atrasar.”
Preocupação com trabalhadores CLT
Cleidiane, que é diarista e tem flexibilidade de horário, consegue contornar parcialmente o problema, mas demonstra preocupação com outros trabalhadores. “Eu sou diarista, consigo fazer meu horário, consigo avisar que vou demorar um tempo para chegar. E quem é CLT, quem bate ponto? Quem trabalha de carteira assinada e precisa estar no horário, como faz? Eu fico pensando. Eu já trabalhei assim, tem muita cobrança.”
Ela também menciona compromissos rotineiros. “E quem vai para uma consulta, por exemplo? Tem horário para chegar. Não pode confiar, tem que sair sempre 20 minutos antes, 15 minutos antes de casa e ficar lá aguardando porque o aplicativo não está sendo confiável mais.”
Cleidiane acredita que a solução passa por um aumento da frota no horário de pico, principalmente entre 5h e 8h da manhã. “No período letivo agora, eles têm sim que aumentar essa frota.”
Para evitar o transtorno diário, ela conta que, durante a semana, procura outras alternativas. “Eu procuro pegar um carro por aplicativo ou meu esposo me leva para não passar por esse tipo de situação. Eu ainda consigo fazer isso, mas e quem não consegue, tem que estar passando todo dia pela humilhação. Isso é complicado.”
Segundo a diarista, o trajeto até o Terminal Isidória, que geralmente dura 23 minutos em horário de alta movimentação, tem levado 41 minutos.
Em nota, a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) afirmou que uma equipe de fiscalização fará o monitoramento da operação.
Nota CMTC
“Esclarecemos que a CMTC faz a elaboração de planilha horária seguindo análise técnica de demanda, visando atender o usuário do transporte coletivo. Diante da reclamação sobre atrasos da linha 203 – T. Isidoria/Av. W-1/Santa Luzia, a equipe de fiscalização fará o monitoramento da operação. Sobre o aplicativo SiMRmtc, a empresa responsável pela tecnologia e aplicação dela é a RedeMob Consórcio. Dúvidas, basta ligar para a Ouvidoria da CMTC, número que também é whatsApp: (62) 9943-1620.”
Tribuna Livre, com informações da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC)