O Partido dos Trabalhadores foi ao STF pedir a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro, indicado pelo PL para assumir à presidência da Comissão de Relações Exteriores
O Partido Liberal (PL) decidiu priorizar a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) para presidir a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN). O movimento se intensificou após o Partido dos Trabalhadores (PT) solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a apreensão do passaporte do parlamentar. A legenda bolsonarista vê a manobra do PT como uma tentativa de barrar Eduardo e agora transformou a nomeação em “prioridade máxima”.
O Partido dos Trabalhadores pediu a apreensão do passaporte do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, na última semana, por supostamente o parlamentar realizar viagens internacionais para instigar políticos norte-americanos contra o STF.
O líder da oposição no Congresso, deputado Zucco (PL) explicou a estratégia do partido: “Devido à sua vasta experiência na área internacional e ao reconhecimento que possui entre líderes e instituições estrangeiras, Eduardo Bolsonaro possui um currículo sólido, com formação e especializações voltadas para temas de segurança, relações internacionais e comércio exterior. O partido entende que a presença na presidência da CREDN fortalecerá a defesa dos interesses nacionais”, afirmou Zucco.
Segundo o deputado, a indicação de Eduardo para a CREDN sempre foi uma prioridade para o partido. No entanto, o pedido do PT para apreensão do passaporte acendeu um alerta dentro do partido, que agora aposta no filho do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro como peça-chave.
Zucco reforçou, dizendo: “O pedido do PT para apreensão do passaporte de Eduardo é um movimento claro político”, afirmou. Além disso, ele destacou que as ações internacionais de Eduardo tem sido para denunciar “abusos cometidos pelo judiciário brasileiro” contra políticos de direita.
A disputa pela CREDN não é apenas simbólica. A comissão tem um papel fundamental na análise de tratados e acordos internacionais, incluindo os acordos entre Brasil e China assinados durante o G20, realizado no Rio de Janeiro em novembro do ano passado. O PT, por sua vez, quer evitar que Eduardo utilize o espaço para tensionar as relações diplomáticas do Brasil e atacar o governo.
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, foi direto ao afirmar que os petistas não aceitarão Eduardo na presidência da CREDN. Segundo ele, o receio é que o deputado utilize a comissão contra o STF e prejudique interesses nacionais em relação a governos estrangeiros.
“Nós fizemos esse movimento mesmo para evitá-lo na CREDN. Aceitamos qualquer nome, menos o dele. O dele só se for sem passaporte”, declarou Lindbergh ao pedir apreensão do passaporte de Eduardo.
Caso Eduardo Bolsonaro assuma a presidência da CREDN, Zucco adiantou que as principais pautas do deputado serão voltadas para a soberania nacional, a transparência dos acordos internacionais e o fortalecimento das relações diplomáticas com países que compartilham valores democráticos e de livre mercado.
O PL, por ser o partido com a maior bancada da Câmara, tem direito a escolher as duas primeiras presidências das comissões permanentes da Casa. A expectativa é que, além da CREDN, o partido também pleiteie o comando da Comissão de Saúde e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A decisão final sobre as indicações deve ser oficializada até a próxima quinta-feira (13).
Tribuna Livre, com informações do Partido Liberal (PL)