Estabelecimento fazia procedimentos com o uso de substâncias proibidas, como óleo de silicone e polimetilmetacrilato (PMMA)
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu, nesta quarta-feira (12/3), Karine Giselle Gouveia Silva e Paulo César Dias Gonçalves. Os dois são proprietários de uma clínica estética de luxo localizada em Goiânia. Segundo a polícia, procedimentos estéticos de alto risco eram realizados de forma irregular na clínica ‘Karine Gouveia Estética’.
O casal já tinha sido preso em dezembro do ano passado, mas foi solto após uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
Desde o ano passado, clientes da clínica apresentaram denúncias de deformações e outros problemas estéticos e de saúde após os procedimentos.
A investigação iniciada em fevereiro de 2024 mostrou que o estabelecimento realizava procedimentos estéticos e cirúrgicos, como rinoplastias, lipoaspirações, aplicações de botox e preenchimentos faciais, sem a devida autorização e com o uso de substâncias proibidas, como óleo de silicone e polimetilmetacrilato, conhecido como PMMA.
Segundo as autoridades policiais, essas substâncias, quando injetadas no corpo, podem causar deformidades permanentes, necroses, infecções graves e outras complicações de saúde.
“A decisão foi tomada em razão das graves acusações de formação de organização criminosa, falsificação de produtos terapêuticos, lesões corporais gravíssimas, exercício ilegal da medicina, estelionato e outros crimes relacionados à prática de procedimentos estéticos e cirúrgicos sem a devida qualificação técnica e autorização legal”, informou a Polícia Civil de Goiás nesta quarta-feira (12/3).
Os policiais destacaram que os investigados agiam de forma organizada e hierárquica, “com a utilização de estratégias de marketing agressivas e a participação de profissionais sem a qualificação necessária para realizar os procedimentos oferecidos”.
Além disso, foi constatado que a clínica comercializava medicamentos manipulados de forma irregular, incluindo substâncias proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que pode configurar tráfico de medicamentos.
No final do ano passado, o advogado de Karine e Paulo, Romero Ferraz Filho, afirmou ao g1 que a prisão temporária era “ilegal”.
Tribuna Livre, com informações da Polícia Civil de Goiás (PCGO