Em geral, os acumuladores são pessoas
idosas e que sofreram alguma perda ou trauma na vida.
Goiânia tem 109 acumuladores compulsórios de lixo, segundo Fiscalização
de Zoonoses (Foto: Prefeitura de Goiânia)
Goiânia tem, atualmente, 109 pessoas registradas pela prefeitura como
acumuladores compulsórios de lixo. O coordenador de Fiscalização de Zoonoses,
Jadson Moreira, explicou ao Mais Goiás que, em sua maioria, essas pessoas são
idosas e que sofreram alguma perda ou trauma na vida. A maior parte usa o
acúmulo de lixo como forma de lidar com o sofrimento.
“Esse número já foi bem maior, mas temos feito retiradas compulsórias e,
também, temos tido êxito com as abordagens, quando a pessoa acaba realizando a
limpeza”, explicou o coordenador. Neste ano, a Fiscalização da Zoonoses já
promoveu 23 operações de retirada de lixo compulsório em Goiânia. A retirada
dos materiais só ocorre após se esgotarem todas as tentativas de solução para o
problema, e mediante autorização judicial.
De acordo com Jadson, na maioria dos casos, os ‘acumuladores’ são
descobertos por agentes de fiscalização de endemias. Ou seja, no momento em que
servidores entram de casa em casa para checar uma possível existência de
vetores de doenças, como o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a
chikungunya, a zika e a febre amarela urbana. Após a identificação, a Zoonoses
começa a acompanhar o caso do acumulador.
“Quando são identificados já é feita toda uma orientação ao morador.
Também são feitos relatórios, informando as medidas que devem ser tomadas
naquele local para eliminar todas as irregularidades”, explica Jadson.
Por se tratar de um assunto sanitário, após as orientações e relatórios,
também são enviadas equipes psicosociais para auxilar os acumuladores com a
própria saúde.
O Superintendente de Vigilância em Saúde, Yves Mauro Ternes, explica
que, além atrair focos de mosquito da dengue, o acúmulo de lixo atrai animais
sinantrópicos como ratos, baratas e escorpiões. Todo o material retirado é
sempre levado para o aterro sanitário de Goiânia.
Os maiores acumuladores compulsórios de lixo
Das 23 operações feitas em Goiânia neste ano, dois casos chamaram
atenção das autoridades pelo volume de lixo encontrado nas casas. O primeiro
deles aconteceu no setor Pedro Ludovico, onde foram removidas 189 toneladas de
lixo orgânico e reciclável do imóvel de um idoso.
No mês de setembro, também foi feita uma operação no setor Parque
Amazônia, onde foram retirados 158 toneladas de lixo da casa de uma idosa.
Uma próxima operação está prevista no setor Jardim Itaipú, onde
estima-se que serão necessários de 25 a 30 caminhões para remoção de lixo
acumulado. Jadson explica que, em casos menos graves, costumam ser necessários
8 caminhões, que geram uma média de 70 toneladas de lixo.
Nesta sexta-feira (14), uma operação para a retirada compulsória de lixo
aconteceu em uma residência localizada no Jardim Novo Mundo. A proprietária do
imóvel, uma idosa de 63 anos, não seguiu orientações para limpá-lo e, só após
três anos, aceitou ser atendida pelo serviço de psicologia da prefeitura. A
ação teve que ser autorizada pela Justiça e contou com a parceria da Secretaria
Municipal de Saúde (SMS) com a Companhia
Onde estão os acumuladores compulsórios de lixo?
De acordo com o coordenador de Fiscalização da Zoonoses, atualmente
existem 14 casos graves de acúmulo de lixo compulsório espalhados por toda a
cidade de Goiânia. O portal não conseguiu ter acesso ao número exato de
acumuladores, graves ou não, por bairro e região da capital.
• Região noroeste: quatro
acumuladores, sendo dois no Jardim Curitiba, um no bairro Morada do Sol e um no
Jardim Liberdade;
• Região leste: quatro
acumuladores, próximos ao setor Novo Mundo;
• Região sudoeste: três
acumuladores concentrados no bairro Jardim Itaipú;
• Região norte: dois
acumuladores, sendo um no bairro Urias Magalhães e outro no Jardim Balneário
Meia Ponte;
• Região central: um
acumulador, na Vila Boa Sorte;











