10/09/2025

Projeto do governo que zera a fila do INSS é aprovado pelo Senado e segue para sanção.

Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa extraordinária - (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Em setembro, o Portal da Transparência Previdenciária revelou um total de mais de 635,8 mil solicitações pendentes para perícias médicas. Além disso, a fila de pendências administrativas alcançava quase 1 milhão de requerimentos.

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (1º/11) o projeto de lei (PL) que estabelece o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS). A iniciativa busca diminuir o tempo de análise de processos administrativos e perícias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), seguindo agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula Silva. Mais cedo, a medida foi aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Além de tratar da redução da fila do INSS, o projeto aborda o reajuste salarial dos policiais do Distrito Federal, Amapá, Rondônia e Roraima, a transformação de cargos do Executivo e modificações na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

O senador Weverton (PDT-MA) foi responsável pela relatoria do projeto, compartilhando a sigla com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. O parlamentar rejeitou as 24 emendas apresentadas.

“O PEFPS proporciona as condições administrativas necessárias para a extinção do considerável estoque de processos do INSS e perícias pendentes, garantindo dignidade a milhares de famílias brasileiras que aguardam a definição de seus requerimentos para benefícios da Previdência e assistência social”, afirmou Weverton.

O programa terá duração de nove meses, com a possibilidade de extensão por mais três meses. O foco será nos processos aguardando análise por mais de 45 dias ou com prazo judicial expirado. Os servidores do INSS receberão um incentivo de R$ 68.

O Portal da Transparência Previdenciária informa que a fila de perícias médicas iniciais ultrapassou 635,8 mil requerimentos em setembro de 2023. Já a fila de pendências administrativas conta com quase 1 milhão de requerimentos.

Cargos do Executivo

Em relação aos cargos do Executivo, os senadores aprovaram a transformação de 13.375 cargos efetivos vagos em 8.935 novos postos de trabalho, distribuídos entre nove órgãos federais. Destes, 6.692 seriam cargos efetivos, enquanto 2.243 seriam cargos em comissão e funções de confiança.

Durante a votação no Plenário, a oposição tentou barrar essa parte do texto, porém o destaque supressivo foi rejeitado por 51 votos a 18. O líder do bloco, Rogerio Marinho (PL-RN), considerou a medida como “um jabuti e um contrabando” no projeto.

“São mais de 2 mil cargos criados para serem ocupados de maneira discricionária pelos aliados do governo federal. O governo não demonstra responsabilidade fiscal, não está preocupado com isso, porque não possui um projeto de país, mas sim de poder”, criticou Marinho.

O líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), rebateu alegando que o remanejamento de cargos beneficiará, entre outros órgãos, o recém-criado Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

“Não se trata de um aumento ou criação de cargos. Ao contrário, é uma reorganização do que existia. São vários cargos obsoletos, como auxiliar de portaria e datilógrafo. O governo tem o direito de se reorganizar”, defendeu o senador.

Funai

O relator também destacou que a proposta trará mudanças “profundas e substanciais” no funcionamento da Funai, com novas regras para contratações temporárias e realização de concursos públicos, assim como disposições sobre a permanência de servidores em unidades administrativas e regimes de trabalho específicos.

O texto amplia de dois para quatro anos o prazo comum de contratos da Funai, visando assegurar um período maior para a contratação de atividades de assistência à saúde para povos indígenas e de atividades temporárias de apoio às ações de proteção etnoambiental. Além disso, estabelece uma reserva de vagas para indígenas, de 10% a 30%, nos concursos públicos do órgão.

Polícias e bombeiros

O PL confirma os reajustes salariais planejados na medida provisória (MP) 1.181/23 para as forças de segurança do Distrito Federal — bombeiros e policiais civis e militares — e também a correção do valor do auxílio-moradia para PMs. A proposta ainda permite ao governo do DF oferecer uma indenização para compensar desgastes orgânicos e danos psicossomáticos aos militares ativos, inativos e pensionistas.

A seção recebeu amplo apoio da bancada do Distrito Federal. “Antes desse reajuste, em duas parcelas de 9%, chegamos a ser o 27º lugar no Brasil em remuneração. Há mais de 10 anos, perdemos essa posição. Havia a ilusão de que Brasília sempre teve o melhor salário… agora temos uma remuneração mais baixa”, disse o senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

“Sabemos que ainda existe um déficit a ser discutido para melhorar ainda mais a situação salarial de nossas forças. Essas mulheres e homens são responsáveis pela segurança de todos os brasilienses, além do corpo diplomático e da classe política presente em Brasília”, concordou a senadora Leila Barros (PDT-DF).

O projeto também permite a transferência de militares e policiais civis do Distrito Federal para cargos em comissão ou de confiança no Legislativo, no governo do DF e na União. Além disso, o PL revoga a regra que limitava o número de mulheres a 10% do efetivo de cada quadro.

Tribuna Livre, com informações da Agência Senado.

Deixe um comentário

Leia também
Flávio diz que julgamento de Bolsonaro é "segunda facada" para ex-presidente
Flávio diz que julgamento de Bolsonaro é "segunda facada" para ex-presidente
"Só existe um candidato para nós: Jair Bolsonaro", diz Tarcísio na Paulista
"Só existe um candidato para nós: Jair Bolsonaro", diz Tarcísio na Paulista
Nikolas ataca Pacheco e Alcolumbre no 7 de setembro: 'Covardes'
Nikolas ataca Pacheco e Alcolumbre no 7 de setembro: 'Covardes'
CPMI do INSS: Stefanutto ignorou alertas da CGU sobre descontos irregulares
CPMI do INSS: Stefanutto ignorou alertas da CGU sobre descontos irregulares
Advogado do general Paulo Sérgio implica Bolsonaro em julgamento
Advogado do general Paulo Sérgio implica Bolsonaro em julgamento
Sóstenes pressiona por anistia e descarta proposta alternativa do Senado
Sóstenes pressiona por anistia e descarta proposta alternativa do Senado
Sindicato de irmão de Lula terá que prestar contas na CPMI do INSS
Sindicato de irmão de Lula terá que prestar contas na CPMI do INSS
Valdemar Costa Neto garante votos para aprovar anistia a Bolsonaro
Valdemar Costa Neto garante votos para aprovar anistia a Bolsonaro
Lula almoça com Alcolumbre e ministros do União Brasil
Lula almoça com Alcolumbre e ministros do União Brasil
Julgamento de Bolsonaro
Julgamento de Bolsonaro. - Advogados de ex-presidente e generais questionam provas da trama golpista, delação de Cid e conduta de Moraes
Gabinetes de deputados do TO são alvo de busca da PF em ação que apura fraude na compra de cestas básicas
Gabinetes de deputados do TO são alvo de busca da PF em ação que apura fraude na compra de cestas básicas
1 foi um pedido do ministro
Ex-assessor de Moraes diz que uso do TSE no 8/1 foi um pedido do ministro.

Irmãos são presos por homicídio de caseiro em Silvânia

Suspeitos confessaram o crime e foram autuados em flagrante A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia de Silvânia, em ação conjunta com a Polícia Militar, prendeu dois irmãos suspeitos de envolvimento no homicídio de Cláudio Olívio Monteiro, de 53 anos, ocorrido na noite de domingo (7), no bairro

Leia mais...

A sua privacidade é importante para o Tribuna Livre Brasil. Nossa política de privacidade visa garantir a transparência e segurança no tratamento de seus dados pessoais.