05/11/2025

Projeto do governo que zera a fila do INSS é aprovado pelo Senado e segue para sanção.

Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa extraordinária - (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Em setembro, o Portal da Transparência Previdenciária revelou um total de mais de 635,8 mil solicitações pendentes para perícias médicas. Além disso, a fila de pendências administrativas alcançava quase 1 milhão de requerimentos.

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (1º/11) o projeto de lei (PL) que estabelece o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS). A iniciativa busca diminuir o tempo de análise de processos administrativos e perícias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), seguindo agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula Silva. Mais cedo, a medida foi aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Além de tratar da redução da fila do INSS, o projeto aborda o reajuste salarial dos policiais do Distrito Federal, Amapá, Rondônia e Roraima, a transformação de cargos do Executivo e modificações na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

O senador Weverton (PDT-MA) foi responsável pela relatoria do projeto, compartilhando a sigla com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. O parlamentar rejeitou as 24 emendas apresentadas.

“O PEFPS proporciona as condições administrativas necessárias para a extinção do considerável estoque de processos do INSS e perícias pendentes, garantindo dignidade a milhares de famílias brasileiras que aguardam a definição de seus requerimentos para benefícios da Previdência e assistência social”, afirmou Weverton.

O programa terá duração de nove meses, com a possibilidade de extensão por mais três meses. O foco será nos processos aguardando análise por mais de 45 dias ou com prazo judicial expirado. Os servidores do INSS receberão um incentivo de R$ 68.

O Portal da Transparência Previdenciária informa que a fila de perícias médicas iniciais ultrapassou 635,8 mil requerimentos em setembro de 2023. Já a fila de pendências administrativas conta com quase 1 milhão de requerimentos.

Cargos do Executivo

Em relação aos cargos do Executivo, os senadores aprovaram a transformação de 13.375 cargos efetivos vagos em 8.935 novos postos de trabalho, distribuídos entre nove órgãos federais. Destes, 6.692 seriam cargos efetivos, enquanto 2.243 seriam cargos em comissão e funções de confiança.

Durante a votação no Plenário, a oposição tentou barrar essa parte do texto, porém o destaque supressivo foi rejeitado por 51 votos a 18. O líder do bloco, Rogerio Marinho (PL-RN), considerou a medida como “um jabuti e um contrabando” no projeto.

“São mais de 2 mil cargos criados para serem ocupados de maneira discricionária pelos aliados do governo federal. O governo não demonstra responsabilidade fiscal, não está preocupado com isso, porque não possui um projeto de país, mas sim de poder”, criticou Marinho.

O líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), rebateu alegando que o remanejamento de cargos beneficiará, entre outros órgãos, o recém-criado Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

“Não se trata de um aumento ou criação de cargos. Ao contrário, é uma reorganização do que existia. São vários cargos obsoletos, como auxiliar de portaria e datilógrafo. O governo tem o direito de se reorganizar”, defendeu o senador.

Funai

O relator também destacou que a proposta trará mudanças “profundas e substanciais” no funcionamento da Funai, com novas regras para contratações temporárias e realização de concursos públicos, assim como disposições sobre a permanência de servidores em unidades administrativas e regimes de trabalho específicos.

O texto amplia de dois para quatro anos o prazo comum de contratos da Funai, visando assegurar um período maior para a contratação de atividades de assistência à saúde para povos indígenas e de atividades temporárias de apoio às ações de proteção etnoambiental. Além disso, estabelece uma reserva de vagas para indígenas, de 10% a 30%, nos concursos públicos do órgão.

Polícias e bombeiros

O PL confirma os reajustes salariais planejados na medida provisória (MP) 1.181/23 para as forças de segurança do Distrito Federal — bombeiros e policiais civis e militares — e também a correção do valor do auxílio-moradia para PMs. A proposta ainda permite ao governo do DF oferecer uma indenização para compensar desgastes orgânicos e danos psicossomáticos aos militares ativos, inativos e pensionistas.

A seção recebeu amplo apoio da bancada do Distrito Federal. “Antes desse reajuste, em duas parcelas de 9%, chegamos a ser o 27º lugar no Brasil em remuneração. Há mais de 10 anos, perdemos essa posição. Havia a ilusão de que Brasília sempre teve o melhor salário… agora temos uma remuneração mais baixa”, disse o senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

“Sabemos que ainda existe um déficit a ser discutido para melhorar ainda mais a situação salarial de nossas forças. Essas mulheres e homens são responsáveis pela segurança de todos os brasilienses, além do corpo diplomático e da classe política presente em Brasília”, concordou a senadora Leila Barros (PDT-DF).

O projeto também permite a transferência de militares e policiais civis do Distrito Federal para cargos em comissão ou de confiança no Legislativo, no governo do DF e na União. Além disso, o PL revoga a regra que limitava o número de mulheres a 10% do efetivo de cada quadro.

Tribuna Livre, com informações da Agência Senado.

Deixe um comentário

Leia também
Análise de projeto que dobra taxação das bets é adiada no Senado
Análise de projeto que dobra taxação das bets é adiada no Senado
Governo envia ao Congresso projeto de reajuste para policiais do DF
Governo envia ao Congresso projeto de reajuste para policiais do DF
Indicações de Lula ao STF e à PGR testam força do Planalto no Senado
Indicações de Lula ao STF e à PGR testam força do Planalto no Senado
PT processa cidadãos e parlamentares que chamaram a sigla de ‘Partido dos Traficantes’
PT processa cidadãos e parlamentares que chamaram a sigla de ‘Partido dos Traficantes’
Líder no ranking de violência policial, Bahia pode dar dor de cabeça a Lula em 2026
Líder no ranking de violência policial, Bahia pode dar dor de cabeça a Lula em 2026
Pesquisa indica que aprovação de Castro subiu após megaoperação no RJ
Pesquisa indica que aprovação de Castro subiu após megaoperação no RJ
Moro acusa governo Lula de ser frouxo ao combater crime e dá sugestões
Moro acusa governo Lula de ser frouxo ao combater crime e dá sugestões
PEC da Segurança: Motta diz que comissão vota no início de dezembro
PEC da Segurança: Motta diz que comissão vota no início de dezembro
Câmara prioriza votações simbólicas e evita pautas estruturantes
Câmara prioriza votações simbólicas e evita pautas estruturantes
Senado vai instalar CPI do Crime Organizado um dia após operação mais letal do Rio
Senado vai instalar CPI do Crime Organizado um dia após operação mais letal do Rio
Ministério da Defesa diz que pedido de blindados pelo RJ foi negado pela AGU
Ministério da Defesa diz que pedido de blindados pelo RJ foi negado pela AGU
Lewandowski diz que não recebeu nenhum pedido de ajuda do RJ; operação deixou 64 mortos
Lewandowski diz que não recebeu nenhum pedido de ajuda do RJ; operação deixou 64 mortos

Água Quente ganha nova creche parceira do GDF

Creche Rouxinol destaca-se como ponto de apoio fundamental para famílias da região administrativa A mais nova região administrativa do Distrito Federal, Água Quente celebrou a abertura de uma nova unidade escolar parceira. A Creche Rouxinol iniciou as atividades no dia 7 de outubro e vem proporcionando muito mais que educação,

Leia mais...

PEC da Segurança: Motta diz que comissão vota no início de dezembro

Relator, deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE), quer apresentar relatório na segunda quinzena de novembro O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta quinta-feira (30/10) que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública será votada na comissão especial no início de dezembro. “Cobramos um cronograma e eles

Leia mais...

A sua privacidade é importante para o Tribuna Livre Brasil. Nossa política de privacidade visa garantir a transparência e segurança no tratamento de seus dados pessoais.