Uma falha generalizada nos serviços da Cloudflare, ocorrida na manhã da última terça-feira (18), provocou a interrupção de milhares de plataformas online, reabrindo o debate sobre a vulnerabilidade da internet devido à concentração de sua infraestrutura.
A Cloudflare desempenha um papel fundamental na web moderna, atuando tanto na aceleração do carregamento de páginas e serviços através de uma rede de distribuição de conteúdo, quanto na proteção contra ataques cibernéticos, conforme explica Fabricio Pellizon, Cloud Architecture & Implementation Manager da Engineering Brasil.
Segundo a W3Techs, os serviços da Cloudflare são utilizados por 20,4% dos sites em todo o mundo, o que demonstra a sua importância e abrangência.
O incidente com a Cloudflare surge em um momento em que outras grandes empresas de tecnologia também enfrentam interrupções. Menos de um mês antes, a Amazon Web Services (AWS) sofreu um apagão que deixou aplicações críticas fora do ar por várias horas. A Microsoft também registrou interrupções significativas no final de outubro, atribuídas a uma alteração de configuração no Azure Front Door, afetando serviços como o Microsoft 365 e outras plataformas corporativas.
“Esses eventos demonstram que nem mesmo os maiores players de cloud computing estão imunes a interrupções”, ressalta Pellizon. Luís Guedes, professor da FIA Business School, traça um paralelo com o sistema financeiro, alertando que “quando poucos atores concentram infraestrutura crítica, a falha operacional de um deles rapidamente se traduz em risco sistêmico para toda a economia digital”.
Diante desse cenário, a adoção de estratégias “Multi”, que envolvem a distribuição de aplicações e dados entre diferentes servidores, surge como uma possível solução. No entanto, Raphael Farinazzo, COO da PM3, aponta que essa realidade ainda está distante para muitas empresas.
“Descentralizar é o cenário ideal, mas na prática, mesmo espalhando a aplicação por vários provedores, se uma parte importante cair (por exemplo, o sistema de pagamento), o negócio ainda sofre prejuízo. A maioria das empresas prefere aceitar que uma ou duas quedas por ano vão acontecer do que pagar o preço de virar à prova de tudo”, conclui Farinazzo.
Fonte: forbes.com.br











