O número de pessoas deslocadas ultrapassou os 620 mil no estado, com mais de 81 mil ainda em escolas, ginásios e outros abrigos temporários
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) lançou, nesta segunda-feira (13/5), um apelo de emergência para aumentar a assistência humanitária às comunidades afetadas pelas devastadoras inundações no Rio Grande do Sul e alertou que as reconstruções devem durar ao menos um ano.
“A recuperação das cheias levará pelo menos um ano e a Cruz Vermelha está pronta para coordenar com as próprias comunidades afetadas sobre o que precisa de ser priorizado e como lidar com isso ao longo do tempo”, diz Daniel Bolanos, chefe da Delegação do Cone Sul da FICV.
O número de pessoas deslocadas ultrapassou os 620 mil no estado, com mais de 81 mil ainda em escolas, ginásios e outros abrigos temporários. Os números podem aumentar à medida que os danos ainda estão sendo avaliados em algumas áreas remotas ou isoladas, e o Rio Grande do Sul está novamente em alerta com o risco das águas subirem para níveis recordes na capital, Porto Alegre.
No comunicado publicado pela Cruz Vermelha, a federação informou que apoiará cerca de 25 mil pessoas durante os próximos 12 meses. O apoio será destinado para pessoas que perderam as casas e necessitam urgentemente de assistência, especialmente famílias monoparentais com crianças menores de cinco anos, idosos e pessoas com deficiência.
As equipes da Cruz Vermelha Brasileira também têm atuado na arrecadação de mantimentos e prestação de primeiros socorros, cuidados de saúde e apoio psicológico à população afetada. Nos abrigos, realizam iniciativas de promoção da higiene e ajudam as pessoas a entrarem em contato com entes queridos.
As equipes brasileiras da Cruz Vermelha também estão atuando com centros de coleta e enviou de toneladas de suprimentos de emergência para as áreas afetadas. Os voluntários ajudarão a distribuir os suprimentos e trabalharão com as autoridades locais para avaliar as necessidades e os danos em 160 comunidades.
Segundo o comunicado, só em Porto Alegre, mais de 80% dos moradores não têm água encanada. Cinco das seis estações de tratamento de água da cidade não estão funcionando e as autoridades locais decretaram que a água seja usada exclusivamente para consumo essencial.
“No imediato, vamos concentrar-nos no cuidado da saúde física e mental das pessoas mais vulneráveis, garantindo-lhes o acesso à água, incluindo informação e meios para realizar a desinfecção doméstica da água, e distribuindo artigos de limpeza e higiene, cobertores, lâmpadas solares e aconselhamento sobre prevenção de doenças”, diz Daniel Bolanos.
Tribuna Livre, com informações da Delegação do Cone Sul da FICV