O ministro Alexandre de Moraes, do STF, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e a cúpula de segurança do estado se reuniram na manhã de hoje no Rio para tratar da megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha na semana passada, que deixou 121 mortos.
O que aconteceu
Reunião começou pouco antes das 11h30 e acabou às 13h40. O governador e o ministro chegaram juntos de helicóptero ao CICC (Centro Integrado de Comando e Controle da Polícia Militar), por volta das 11h. A expectativa é que todos os eventos do ministro do STF no dia sejam fechados, sem participação da imprensa.
Encontro acontece um dia após o ministro determinar que o governo do Rio preserve as provas relacionadas à megaoperação. O intuito, segundo a decisão de Moraes, é permitir que o MP-RJ tenha o “controle e averiguação” do caso.
Moraes é o relator da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) das Favelas. Ajuizada em 2019 pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro), a ação impõe regras para impedir a letalidade policial nas operações do país. O texto entrou em vigor oficialmente em 2020.
Rio não deixou de fazer operações mesmo com as restrições, e uma série de regras foram implementadas desde então. Após a operação mais letal da história, Castro alegou que cumpriu as regras da ADPF. Entre elas, estão a instalação de câmeras corporais nos policiais e de GPS nas viaturas. O Ministério Público também precisa ter acesso garantido às imagens geradas, segundo as regras.
Audiência aconteceu a portas fechadas. Além da cúpula de segurança, participou do encontro o procurador-geral do estado, Renan Miguel Saad.
À tarde, o governo do estado afirmou que apresentou ao ministro dados sobre o planejamento e a execução da megaoperação. “O relatório, que mostra total transparência no cumprimento da ADPF 635, será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal”, disse.
Após a audiência, Castro acompanhou o Moraes em uma visita técnica à Sala de Inteligência e Controle do CICC. Lá, está instalado o sistema de reconhecimento facial e das câmeras operacionais portáteis usadas pela Polícia Militar, com acompanhamento em tempo real.
Ministro também vai se encontrar com representes do TJ-RJ, do MP-RJ, da Defensoria Pública e com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD). A expectativa é que a agenda dele na cidade acabe à noite.
Operação mais letal da história
No total, 121 pessoas foram mortas na megaoperação. Foram 117 civis e quatro policiais.
Operação é a mais letal do país. A Operação Contenção ultrapassou o Massacre do Carandiru em número total de mortes. Em 1992, 111 presos foram assassinados dentro do presídio do Carandiru, em São Paulo.
Polícia do Rio prendeu 113 pessoas e apreendeu dez adolescentes. Entre os detidos, 39 são de outros estados. Foram apreendidas 118 armas, entre elas 91 fuzis. O número exato de drogas e munições apreendidas não foi informado pelos órgãos e ainda é contabilizado.
Tribuna Livre, com informações









