Ministro
do STF deu palestra em seminário e defendeu importância da participação popular
no processo democrático
Senadores fizeram críticas ao ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Ricardo Lewandowski, após o magistrado participar de
um evento do Movimento Sem Terra (MST). Ele discursou em um seminário na
Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), localizada em Guararema, São Paulo,
onde falou sobre a atual crise da democracia.
Segundo o portal do MST, Lewandowski fez uma fala analisando o
que considera serem falhas do atual processo democrático.
“Essa democracia na qual nenhum de nós se sente representado é atravessada
por crises que possuem raízes profundas no sistema político. Hoje, a democracia
é composta por alguns, que representam outros”, disse o ministro, segundo
divulgou o portal do MST.
Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), fez uma
publicação interpelando o magistrado por seu discurso. “Não acredito que o
eminente ministro Ricardo Lewandowski tenha questionado a democracia
representativa brasileira (…) Só pode ser fake!”, postou Marinho.
Já Eduardo Girão (Novo-CE), afirmou que o ministro teria
recusado um convite para falar sobre democracia no Senado. Além disso, ironizou
e classificou como “desrespeito” sua ida ao evento do MST.
“DESRESPEITO; min do STF vai a evento até do MST mas se recusa
ir ao Senado dialogar s/democracia e liberdade msm c/convite aprovado p
unanimidade na Comissão de Transparência da Casa Revisora da República! Quem
sabe eles compareçam se marcarmos a próx. na EUROPA ou EUA…Paz & Bem”,
publicou.
Além de Lewandowski, participaram do evento do MST organizações
como a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), o Sindicato
dos Advogados de São Paulo, o Conselho Nacional de Justiça e o Transforma MP.
Ao lado do ministro na mesa estavam a jurista Carol Proner, o coordenador
nacional do MST, João Pedro Stedile, o jurista Lenio Streck.
O ministro do STF falou ainda da importância de criar lutas e
valores que unam as pessoas em torno de um projeto de democracia. Ele defendeu
a participação popular para a construção de um país mais próspero.
“O que nos une é uma visão de mundo comum. Uma visão na qual o
povo é dono do seu destino, com o objetivo de construir uma sociedade mais
justa, igualitária e mais fraterna. (…) Cada qual aqui tem sua trincheira e
estão lutando em prol da concretização do que acreditamos ser a
democracia”.
Ao final da visita, o ministro plantou um ipê amarelo como
símbolo de compromisso com a luta dos direitos dos trabalhadores, segundo o
portal do MST.
O Globo