Capital paraense enfrenta desafios para receber a conferência do clima, como a necessidade de ampliar a rede hoteleira e a melhora da infraestrutura urbana
Belém (PA) — A menos de seis meses para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, marcada para novembro deste ano, senadores da Comissão de Meio Ambiente vieram a Belém para vistoriar as obras e acompanhar os preparativos para o evento. A capital paraense enfrenta diversos desafios para receber a conferência, como a necessidade de ampliar a rede hoteleira e a melhora da infraestrutura urbana.
A diligência externa é liderada pelos senadores Fabiano Contarato (PT-ES), presidente da comissão, e Beto Faro (PT-PA), relator da subcomissão temporária da COP30 no Senado. Os parlamentares foram recebidos pelo governador, Helder Barbalho (MDB), e integrantes do Comitê Estadual da conferência.
“É muito importante que possam vir aqui até para, in loco, olharem aquilo que está sendo feito e levar a mensagem ao Senado da República dos avanços, das evoluções e, acima de tudo, a certeza de que aquilo que está planejado está sendo realizado”, destacou Barbalho.
Nesta sexta-feira (6/6), foi realizado um tour pelos espaços da COP30, incluindo o Hangar Centro de Convenções e a Vila COP30, acomodação voltada para líderes, chefes de Estado e representantes dos países participantes. A agenda inclui, ainda, uma reunião com o prefeito de Belém, Igor Normando (MDB).
Ontem (5), os parlamentares visitaram o Parque da Cidade, complexo de mais de 500 mil metros quadrados, que será o principal palco do evento internacional, e o Porto Futuro II, projetado para ser um dos principais espaços culturais e de convivência durante a COP 30.
De acordo com o governo do Estado, a obra já está 88% executada. O espaço se consolidará como polo de desenvolvimento da bioeconomia e da cultura no Pará, com impacto direto no turismo e na geração de oportunidades sustentáveis para a população.
O senador Fabiano Contarato disse estar “impressionado positivamente”. Para ele, a COP não pode ser apenas uma vitrine, mas precisa gerar melhorias para a população da capital paraense. “Uma coisa é quando você faz uma descrição teórica, outra coisa é quando você olha no olho das pessoas e enxerga a realidade delas e que é função do Estado dar dignidade para a população e, principalmente, a população que mais precisa”, disse.
Hospedagens
A preparação para a COP em Belém gerou diversas preocupações relacionadas à infraestrutura e obras. Além disso, a cidade tem enfrentado problemas como especulação imobiliária e explosão nos preços das hospedagens.
A capital paraense tem o desafio de abrigar cerca de 50 mil visitantes durante o evento, mas, atualmente, toda a região metropolitana da cidade tem apenas 24 mil leitos, o que pressiona setores a buscarem alternativas. Para atender à demanda e suprir o deficit de ao menos 26 mil leitos, escolas estaduais se tornarão hospedagens, além da criação de hotéis em navios de cruzeiro.
O governo do estado está reformando 17 escolas públicas estaduais que devem funcionar como hostels durante a conferência do clima. As unidades receberão novos banheiros e beliches, ampliando a capacidade de acomodação para cerca de 5 mil pessoas.
Na tentativa de conter as pressões sobre as hospedagens, o governo contratou a empresa Bnetwork para ser a plataforma oficial de hospedagem, que reunirá opções de hotéis, imóveis e até navios para acomodar os participantes do evento.
A empresa será responsável por organizar a oferta de leitos e facilitar reservas para participantes da conferência. A Bnetwork já atuou em outras edições da COP, em Dubai, nos Emirados Árabes, e em Baku, no Azerbaijão.
Tribuna Livre, com informações da Agência Senado