Polícia alerta para alta nos golpes envolvendo o Pix

Entre janeiro e setembro deste ano foram registrados mais de 37 mil casos de estelionato e mais de 5 mil de furto mediante fraude pela PCDF. A maior parte envolve o modelo de transferência Lançado em 2020 pelo Banco Central (BC), o Pix surgiu como modelo de transferência monetária instantâneo. Por se tratar de um modo fácil e rápido, se tornou o preferido dos brasileiros. E dos golpistas também. Só entre janeiro e setembro deste ano, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) registrou 37.181 ocorrências de estelionato e 5.443 de furto mediante fraude. Essas são as duas tipificações de crime em que os golpes envolvendo o Pix são maioria. “As fraudes envolvendo o pagamento com Pix cresceram de maneira vertiginosa ao longo dos anos. Os criminosos se aproveitam do imediatismo do Pix para rapidamente pulverizar valores da conta beneficiária para outras contas”, explica a delegada da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Material e a Fraudes (CORF) da PCDF, Isabel de Moraes. Diante do aumento dos casos, a PCDF decidiu criar uma campanha para prevenir a população contra o crime. A ação visa alertar sobre o golpe, com o intuito de evitar que as pessoas sejam vítimas e orientar sobre os procedimentos que devem ser adotados por quem sofre a fraude. Os métodos do crime são variados e mudam conforme o tempo. Mas os mais populares são o uso de imagens de parentes e amigos em perfil de WhatsApp solicitando dinheiro; compras fraudulentas realizadas em redes sociais; o “golpe da mão fantasma”, em que os criminosos invadem o mobile banking da vítima e subtraem valores da conta; e as pirâmides financeiras, em que os golpistas se disfarçam de empresas de investimento ou oferecem portabilidade de dívidas. De acordo com a delegada, essas são as técnicas mais usadas pelos criminosos, que não têm um perfil específico de vítima. “Todos nós estamos suscetíveis a cair nesse tipo de golpe, mas é certo que os idosos são mais vulneráveis. Eles acabam sendo as vítimas preferidas dos golpistas, mas temos todo o tipo de vítima nas ocorrências”, revela Isabel de Moraes. É importante que a população se previna adotando algumas medidas. “As principais recomendações são proteger os dados pessoais, usar senhas fortes e não compartilhá-las, utilizar a autenticação em dois fatores e antivírus e preferir navegar sempre em redes de wifi privadas”, alerta a delegada da CORF. “Outra sugestão é ser bastante criterioso com imagens e informações compartilhadas pelas redes sociais e não acessar links suspeitos de instituição financeira que ofereçam supervantagens”, completa. Procedimentos pós-golpe Quem sofre algum tipo de fraude do Pix deve sempre registrar a ocorrência policial, que pode ser de maneira online ou fisicamente em uma delegacia de polícia. Quem comete o crime pode responder por estelionato ou furto mediante fraude, com penalidades que variam entre 2 e 8 anos de prisão e ainda podem ser enquadrados em eventual associação criminosa, pirâmide financeira e lavagem de dinheiro. “Isso é muito importante para que possamos combater os golpes e criar uma estrutura de prevenção”, explica a delegada. Além disso, é preciso comunicar imediatamente o banco para que a instituição financeira adote as medidas de segurança criadas pelo Banco Central. O BC conta com dois procedimentos padronizados para os casos. O primeiro deles é o mecanismo especial de devolução (MED), que pode ser acionado pelo próprio banco em caso de crédito indevido por falha operacional ou pelo usuário quando percebe que foi vítima de golpe. No MED, o banco da vítima usa a infraestrutura do Pix para notificar a instituição que recebeu a transferência. É feita uma análise de até sete dias. Caso o golpe seja comprovado, os recursos são devolvidos para o pagador. A outra medida é o bloqueio cautelar, quando a própria instituição que detém a conta do recebedor suspeita da situação fraudulenta. É feito o bloqueio preventivo dos recursos por até 72 horas. A ação possibilita que seja feita uma análise mais robusta, aumentando a probabilidade de recuperação dos recursos pelos usuários pagadores vítimas de algum crime. | Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília Quem sofre algum tipo de fraude do Pix deve sempre registrar a ocorrência policial, que pode ser de maneira online ou fisicamente em uma delegacia de polícia
Começa nesta segunda (18) cadastro presencial para castração de cães

Sema vai disponibilizar 4 mil vagas para cirurgias, previstas para ocorrer entre setembro e dezembro Começam nesta segunda-feira (18) os cadastros presenciais para a segunda edição deste ano da campanha de castração gratuita promovida pela Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal (Sema-DF). Ao todo, serão ofertadas 4 mil vagas exclusivas para castração de espécie canina. As senhas começarão a ser entregues na Administração Regional de Samambaia, às 8h desta segunda, para tutores de cachorros machos, e na terça (19), no mesmo horário, para tutores de cadelas. Para o cadastro presencial, é necessário que o responsável pelo pet apresente um documento oficial com foto. Os tutores também têm a opção de se cadastrar online, por meio de um formulário a ser disponibilizado pela Sema na quarta-feira (20). Para castrar machos, o formulário ficará disponível a partir das 10h; para castrar fêmeas, às 14h. A listagem com os selecionados para a segunda edição da campanha será divulgada no dia 22, no site da Sema. As cirurgias serão realizadas entre os dias 25 deste mês e 15 de dezembro nas cinco clínicas conveniadas, em Ceilândia, Samambaia, Gama, Paranoá e Vicente Pires. Programa contínuo Paralelamente às campanhas lançadas, a Sema disponibiliza, nas últimas quartas e quintas-feiras de cada mês, vagas remanescentes para castração gratuita de cães e gatos. O agendamento deve ser feito pelo portal do Agenda-DF, procedimento após o qual a confirmação é enviada para o e-mail cadastrado. Acesse o site da secretaria para conferir os contemplados deste mês. | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Procedimento de inscrição começará pelos cachorros machos; no dia seguinte, cadastram-se as fêmeas
Pai de jovem iraniana morta por violar código de vestimenta é preso no Irã

Amini, uma curda iraniana de 22 anos, morreu em 16 de setembro de 2022 após ter sido detida por supostamente violar o código de vestimenta para mulheres Autoridades iranianas prenderam Amjad Amini, pai de Mahsa Amini, no sábado (16/9), data em que a morte da jovem completou um ano. De acordo com grupos de direitos humanos, a família foi impedida de realizar uma cerimônia em recordação pela data. Amjad Amini foi detido quando saiu de casa em Saqez e libertado horas depois. No entanto, autoridades locais o alertaram para não celebrar uma homenagem no túmulo da filha. Segundo a ONG Hengaw, o governo enviou forças de segurança adicionais para Saqez e outras cidades no oeste que poderiam tornar-se focos de conflito durante o fim de semana. De acordo com a entidade, “forças repressivas” estão posicionadas em torno da casa da família Amini em Saqez. Amini, uma curda iraniana de 22 anos, morreu em 16 de setembro de 2022 após ter sido detida por supostamente violar o código de vestimenta para mulheres. Sua família afirma que ela morreu por um golpe na cabeça, mas as autoridades negam. A morte desencadeou uma onda de protestos por semanas nos quais muitas mulheres tiraram o véu islâmico em desafio à liderança do guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Os protestos perderam força após uma repressão que causou 551 mortes de manifestantes, segundo a organização Iran Human Rights (IHR), e mais de 22 mil detenções, segundo a Anistia Internacional. Os ativistas afirmam que a repressão se intensificou com a proximidade do aniversário, especialmente contra pessoas próximas às vítimas. A ONG Human Rights Watch indicou que familiares de ao menos 36 pessoas assassinadas ou executadas foram interrogados, detidos, perseguidos ou condenados à prisão no último mês. – (crédito: AFP) Os protestos perderam força após uma repressão que causou 551 mortes de manifestantes, segundo a organização Iran Human Rights (IHR), e mais de 22 mil detenções, segundo a Anistia Internacional
Pequena indústria está mais otimista com expectativa de queda da Selic

Conforme pesquisa encomendada pelo Simpi, 37% dos entrevistados acreditam que a economia do país vai melhorar A perspectiva de redução da taxa básica da economia (Selic) e de aumento de investimentos em infraestrutura tem deixado os representantes das micro e pequenas indústrias mais otimistas em relação ao futuro. Cerca de 37% estão mais otimistas diante da expectativa de nova queda nos juros após o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, ter iniciado a redução da Selic na última reunião, realizada em agosto, em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano. “Se a taxa de juros continuar na trajetória de queda no próximo Copom, e de uma forma um pouco mais agressiva do que atualmente, isso, fortemente, trará aumento no consumo”, afirmou o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, em entrevista ao Correio, se revelando “pessoalmente otimista”. Segundo o executivo, os dados da pesquisa “Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria”, referentes aos meses de junho e julho, cerca de 37% dos empresários esperam melhora na conjuntura econômica devido também aos avanços das pautas econômicas no Congresso, como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária. No bimestre anterior, esse percentual era de 32%, o menor patamar do ano. Ele lembrou que a taxa de inadimplência caiu de 42%, entre abril e maio, para 35% — mesmo patamar de outubro e novembro de 2023 e terceiro menor da série dos últimos 12 meses, conforme levantamento realizado pelo Instituto Datafolha. A queda desse indicador é um sinal de que as empresas estão gerenciando suas dívidas de forma mais eficaz, mas, de acordo com Couri, o crédito ainda continua escasso e a taxas de juros “extremamente proibitivas”. “O BC deu início a uma trajetória de queda dos juros que vai ser longa e não vai se refletir neste ano para as micro e pequenas indústrias. Por enquanto, nada mudou”, declarou. Conforme dados da pesquisa que ouviu 702 micro e pequenas indústrias espalhadas pelo país, a taxa de empresas que deixaram de pagar pelo menos um item (fornecedores, dívidas com bancos, despesas gerais, impostos ou contas de consumo) caiu de 25% para 23%, entre os meses de abril e maio e junho e julho. Enquanto isso, a fatia de dívidas relacionadas a impostos, tributos e taxas recuou de 29% para 21%. “Esses dados apontam para uma recuperação econômica no setor de micro e pequenas indústrias. A redução na taxa de inadimplência indica uma gestão financeira mais sólida, enquanto a diminuição nas faixas de inadimplência no faturamento demonstra maior estabilidade nas empresas”, indica o estudo. A diminuição na taxa de empresas inadimplentes em pelo menos um item é um sinal de que as empresas estão gerenciando suas dívidas de forma mais eficaz. Além disso, a redução das dívidas relacionadas a impostos e taxas é um alívio para o comprometimento financeiro das empresas com o governo. Na avaliação do empresário, se não houver mais sobressaltos no setor externo, “a conjuntura internacional poderá contribuir para uma melhora do cenário”, pois o programa de renegociação de dívidas do governo federal, o Desenrola, é importante para tirar os endividados do negativo, mas isso não quer dizer que o sistema financeiro tradicional vai voltar a dar crédito para essas pessoas. “Os grandes bancos continuarão sendo eletivos, mas as fintechs poderão oferecer mais crédito e isso trará incentivo ao consumo. Acreditamos que o Desenrola tem um papel importante como sinalizador de que haverá outras formas para estimular um círculo virtuoso de crescimento, que é o que desejamos. Porque, se isso não ocorrer, não haverá emprego, nem arrecadação tributária”, disse. Couri reconheceu que a meta de deficit primário zero no próximo ano, prevista no novo arcabouço fiscal, será um “desafio gigantesco”, porque o governo precisará equilibrar as contas públicas de uma forma “extremamente agressiva”, mas, mesmo assim, admitiu que faz uma análise mais otimista sobre o quadro fiscal. “Temos que olhar para trás e ver que, quando o ministro Fernando Haddad (da Fazenda), começou a falar na reforma tributária, ninguém acreditava na negociação com o Congresso. Hoje, eu diria que a maioria da população, das empresas e da sociedade acredita que essa reforma vai sair”, ponderou. O empresário é um dos integrantes do Conselhão, reativado pelo novo governo, ao lado de 240 integrantes, e torce para que os investimentos previstos no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) se concretizem. “Os anúncios do PAC preveem fortes investimentos em infraestrutura. Além disso, se o governo conseguir avançar nos projetos do mercado de crédito de carbono, será um passo forte para o país e uma nova avenida de recursos financeiros para a manutenção de florestas. Isso é maravilhoso”, disse. Segundo ele, o governo federal tem ouvido atentamente as demandas dos empresários e integrantes da sociedade civil no âmbito do Conselhão. “E os governos estaduais também estão tomando medidas fortes para atrair investimentos, o que são medidas que aquecem diretamente a economia”, acrescentou. – (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press) A diminuição na taxa de empresas inadimplentes em pelo menos um item é um sinal de que as empresas estão gerenciando suas dívidas de forma mais eficaz
Candidaturas de mulheres e negros sob ataque em propostas no Congresso

Projetos que tramitam na Câmara e no Senado podem desmontar políticas afirmativas nas eleições para anistiar partidos e fazer o país retroceder mais O Brasil não é referência em maturidade democrática. A participação feminina no Parlamento brasileiro representa apenas 17,5%, o que coloca o país na 133ª posição no ranking global que avalia a presença de mulheres na política. Esse dado é elaborado pela União Interparlamentar (Inter-Parliamentary Union), que analisa todas as nações reconhecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) com base no Poder Legislativo. A colocação do Brasil está abaixo de países como Iraque (70º lugar), e Arábia Saudita (119º), que são locais onde, historicamente, os direitos das mulheres são menos desenvolvidos. O cenário permanece preocupante quando se observam os dados referentes à participação feminina na política na América do Sul. O Brasil apresenta a taxa mais baixa nesse contexto, com apenas 17,7%. Considerando todo o continente americano, em que a média de participação feminina é de 34,7%, o Brasil só está melhor do que o Haiti, que ocupa a 189ª posição, e de Belize, que está na 141ª posição do ranking elaborado pela União Interparlamentar. A participação de negros e pardos não é diferente. Em 2022, por exemplo, houve um aumento de 36,25% das candidaturas de pretos e pardos para a Câmara dos Deputados, frente a 2018, mas o número de candidatos eleitos subiu apenas 8,94%. Foram 27 negros eleitos e 107 pardos, diante de 1.424 candidaturas de pretos e 3.462 de pardos registradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Somados os postulantes, representaram quase metade (47%) de todos que disputaram o pleito. Esses dados, entretanto, podem estar subestimados, já que a definição de raça na candidatura é feita por autodeclaração e dos 134 pretos e pardos eleitos ano passado, cerca de 19% deles se declararam brancos nas eleições de 2018. Por outro lado, a quantidade de brancos eleitos deputados federais em 2022 no Brasil foi 72%. “O debate sobre inclusão política não pode ter como parâmetro uma visão meramente economicista, porque estamos falando de desigualdades que esse país tem obrigação constitucional de erradicar. E não são desigualdades apenas as de classe, mas de gênero e raça, já que mulheres e negros ainda estão lutando para que sejam reconhecidos como seres humanos no Brasil”, ressaltou Laura Astrolabio, co-diretora da organização A Tenda das Candidatas. Minirreforma A participação de mulheres, negros e pardos na política brasileira está na mira do Congresso Nacional. Na Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição 9/2023, conhecida como PEC da Anistia, o Projeto de Lei 4438/2023 e dois projetos de lei que formam a minirreforma eleitoral estão em tramitação e representam um retrocesso na paridade de gênero e raça no Poder Legislativo. Esta semana, a minirreforma eleitoral foi aprovada na Câmara, com caráter de prioridade, e seguiu para apreciação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde deve ser analisada nos próximos dias. Para que os efeitos das alterações previstas nos textos sejam válidos nas eleições municipais de 2024, o projeto precisa ser aprovado até 6 de outubro deste ano, mas Rodrigo Pacheco (PSD-MG) não garante que a votação ocorra até a data. “Não podemos produzir uma legislação às pressas. Não haverá nenhum açodamento”, afirmou o presidente do Senado. Por outro lado, a tramitação da PEC da Anistia está parada na casa depois de um pedido conjunto de vistas de parlamentares que tentam travar o andamento da proposta. Ambos os projetos carregam, em seus textos, alterações no repasse destinado à candidatura de mulheres, negros e pardos e, no caso da PEC 9/2023, perdoa partidos políticos que não tenham cumprido, nas últimas eleições, a cota mínima de candidaturas desse grupo. “A PEC isenta de sanção os partidos que não destinaram, até as eleições de 2022, o mínimo de recursos exigido pela legislação às candidaturas femininas e de pessoas negras. Também libera as agremiações da obrigação de prestar contas de todos os recursos recebidos até a aprovação da PEC e as isenta do cumprimento de regras de transparência e integridade”, explicou o cientista político Jorge R. Mizael. Com a aprovação da minirreforma eleitoral, a representação feminina e negra no Legislativo deve diminuir a partir das próximas eleições. Isso porque o projeto promove um enfraquecimento nas regras que destinam uma cota mínima de 30% para candidaturas femininas. Atualmente, cada partido deve preencher essa porcentagem, mas o projeto de lei passa a estabelecer que as vagas sejam preenchidas pelas federações como um todo, assim as siglas, individualmente, não têm mais obrigação de destinar espaço para esse público. A PEC da Anistia, em relação a esse tema, isenta de sanções os partidos políticos que não cumpriram a regra dos 30%. Nas eleições de 2022, os partidos descumpriram essa norma ao se recusarem a garantir o financiamento de candidatas e, por isso, agora forçam a aprovação da emenda que vai livrar as siglas das punições. Além disso, em relação à verba destinada para as candidaturas de pretos e mulheres, que segue a mesma porcentagem, será diminuída para 20% do Fundo Eleitoral. “O Brasil tem índices de representatividade feminina na política insuficientes, dado que as mulheres são a maioria do eleitorado. Se o descumprimento de medidas de promoção de participação de mulheres não vem acompanhado de punição, logo, o próprio estímulo perde a eficácia. Com a PEC os segmentos não representados seguirão sem a devida representação”, frisou Larissa Rodrigues Vacari de Arruda, doutora em ciência política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), de São Paulo. Em 2022, as candidaturas femininas representaram 34% do total de candidatos que concorreram a um cargo como deputado federal, estadual, distrital, governador ou presidente. Foram 9.891 mulheres na disputa, diante de 19.371 homens. Essa quantidade obedece ao mínimo estabelecido pela Lei nº 9.504/1997, a Lei das Eleições, que destina 30% das vagas para esse público em cada um dos partidos políticos. Entretanto, essa porcentagem está longe de ser a ocupada pelas mulheres dentro do Congresso, já que, nas últimas eleições, o total de eleitas foi 18%, ou seja, 311 candidatas. Vale destacar que a lei
Prefeito de cidade no RJ sugere castrar mulheres para controlar nascimentos

Mário Esteves (Pros) disse que a cidade tem crianças demais e que “tem que começar a controlar isso”. O prefeito ainda sugeriu criar uma lei que limite a quantidade de filhos O prefeito de Barra do Piraí, no sul do Rio de Janeiro, Mário Esteves (PROS), sugeriu ‘castrar’ as mulheres para controlar a quantidade de crianças na cidade. A afirmação foi feita durante discurso em que Esteves falou sobre a construção de creches e disse que o que não falta na região são crianças e, por isso, é necessário “controlar essa população”. “O que não falta em Barra do Piraí é criança. Tem que começar a castrar essas meninas, controlar essa população. É muito filho, cara. É no máximo dois”, declarou. O discurso foi na quinta-feira (14/9), durante inauguração de uma estrada na cidade. Na ocasião, Esteves falou que mais duas creches serão inauguradas em Barra do Piraí em outubro e reclamou da quantidade de crianças na cidade, o que gera a necessidade de construir muitas creches. O prefeito ainda defendeu a criação de uma lei para limitar quantos filhos cada família pode ter. “Tem que fazer uma lei lá na Câmara, no máximo dois [filhos]. Haja creche para ser construída ao longo dos próximos anos. Tinha que ser um processo federal, estadual, municipal, porque precisa, sim, desse controle. É muita responsabilidade colocar filho nesse mundo”, disse Esteves. Após a repercussão negativa das falas de Esteves, a prefeitura de Piraí publicou, nas redes sociais, uma nota de esclarecimento que afirma que o prefeito não teve a intenção de “promover qualquer tipo de prática danosa ou preconceituosa às mulheres”. “O prefeito de Barra do Piraí, entende que a laqueadura seja um dos procedimentos para o incremento do planejamento familiar, assim como a vasectomia”, argumentou. “Foi um momento de descontração na inauguração de uma importante via de escoamento de produção e de desenvolvimento na cidade, tema central do evento e que é o principal destaque. Qualquer ilação com esse assunto mostra desconhecimento político, uma vez que castrar é esterilizar”, completou. Prefeito de Barra do Piraí/RJ, Mario Esteves – (crédito: Reprodução/Instagram @marioestevesbp)
Banco do DF tem lucro de R$ 93 milhões no 2° trimestre deste ano

O lucro líquido recorrente do BRB teve um crescimento de 21,3% em relação ao mesmo período do ano passado O Banco BRB teve lucro líquido recorrente de R$ 93 milhões no 2º trimestre de 2023, crescimento de 21,3% em relação ao mesmo período do ano passado. As receitas com prestação de serviços avançaram 10,1%, e o resultado operacional aumentou 31,6%. No segundo trimestre, o retorno anualizado sobre o patrimônio líquido alcançou 16,9%. O BRB alcançou R$ 45 bilhões em ativos totais, aumento de 21,2% em 12 meses, com destaque para a carteira de crédito, que chegou à marca de R$ 33 bilhões, ampliação de 30,5%. Um dos destaques da carteira de crédito foi o crescimento diversificado em vários segmentos. No crédito imobiliário, onde o Banco BRB é líder no mercado do DF, o saldo foi de R$ 7,9 bilhões, aumento de 45% em 12 meses. Principal produto da carteira PF, o crédito consignado atingiu saldo de R$14,3 bilhões, crescimento de 20% em 12 meses. No crédito rural, a carteira cresceu 44% nos últimos 12 meses, chegando ao total de R$ 885 milhões. O BRB manteve a liderança no DF nas linhas Pronaf e Pronamp, além do primeiro lugar geral na concessão de crédito rural. A carteira de crédito a empresas, por sua vez, atingiu crescimento de 60,6% nos últimos 12 meses, alcançando R$ 4,1 bilhões. O crédito às grandes empresas alcançou R$ 901 milhões, com crescimento de 29,4% em 12 meses. Já o crédito às micro, pequenas e médias empresas atingiu R$ 1,8 bilhão, aumento de 9,7% em relação a junho de 2022. A inadimplência do portfólio de crédito encerrou o mês de junho em 1,92%, significativamente abaixo da média de mercado, de 3,55%, e com queda de 0,24 p.p. em 12 meses, demonstrando a qualidade desses ativos, mesmo em momentos desafiadores do ciclo econômico. As captações totais chegaram a R$ 40,7 bilhões, crescimento de 26% na comparação anual. Destaque para os depósitos a prazo, que totalizaram R$ 27,1 bilhões, evolução de 30,6%, liderados pelos depósitos judiciais, que representam um saldo de R$ 12,9 bilhões e cresceram 49,7% no período. O BRB apresenta uma base de captações estável, diversificada e com custo decrescente. O crescimento estruturado da carteira de crédito, com recomposição constante das taxas de juros, a redução dos custos de captação, além da estratégia de reciclagem de ativos por meio da venda de carteiras de crédito, ampliaram a margem financeira em 30,3% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. O BRB registrou ainda aumento de 30% em sua base de clientes, com 7,3 milhões de clientes, presença em mais de 5.200 municípios brasileiros, o que representa 93% do território nacional, 39 países e todos os continentes. O número considera também os clientes do banco digital Nação BRB FLA, fruto de parceria inovadora e estratégica com o Flamengo, time de maior torcida do país. O foco de atuação do BRB é a ampliação do relacionamento com a base de clientes formada principalmente nos últimos anos, levando à oferta de um portfólio completo de produtos e de atendimento diferenciado nos mais diversos cantos do país, seja nos canais físicos ou nos digitais. Os produtos de seguridade são um destaque dessa atuação, com crescimento significativo nos prêmios de seguros, por meio da oferta qualificada de proteção aos nossos clientes. O primeiro semestre do ano também foi marcado pela chegada do BRB na capital da Paraíba, onde passou a gerir a folha de pagamento dos servidores ativos e inativos da Prefeitura de João Pessoa, um universo de 33 mil servidores. Reconhecimento Os primeiros 6 meses do ano também foram marcados pelo reconhecimento do BRB em diferentes frentes. Pelo terceiro ano consecutivo, venceu o prêmio Internacional Banking Awards, na categoria “Melhor inovação em Banco de Varejo”. Desde que foi lançado, há 3 anos, o cartão de crédito DUX recebe, anualmente, o título de melhor do país, sendo reconhecido por dois veículos de referência do setor: Melhores Destinos e Passageiros de Primeira. No segmento imobiliário, o Banco BRB foi reconhecido pelo incentivo à produção. Além da liderança em financiamento imobiliário no DF, o BRB já ocupa posição de destaque no ranking nacional, com desempenho relevante em Goiás e na Paraíba. Digital O 2º trimestre de 2023 foi marcado pelo lançamento do superaplicativo do BRB. Desenvolvido a partir do escritório de inovação do Banco no Vale do Silício, no Estados Unidos, é mais rápido, completo e moderno, com uma proposta de navegação simples e intuitiva. O período também teve como marca a consolidação de outros projetos de implementação do open banking, análise e processamento de dados (analytics e big data), segurança cibernética e governança de dados. Atualmente, as transações realizadas nos canais digitais do BRB representam 95% das transações totais. Meios de pagamento O BRB lançou o cartão BRB Benefícios, uma solução diferenciada e prática para os clientes Pessoa Jurídica oferecerem aos seus colaboradores. O produto atende às necessidades específicas de cada empresa e proporciona vantagens tanto para a organização quanto para os beneficiários, permitindo que eles utilizem os valores recebidos em diferentes modalidades, por meio de um único cartão. Cada empresa pode escolher a categoria de benefício que deseja oferecer, seja para alimentação e/ou refeição. ESG Outra novidade em meios de pagamento foi a decisão do BRB em se tornar o primeiro banco brasileiro a substituir o material de todo o seu portifólio de cartões de plástico por PVC 100% reutilizado, o que reforça o compromisso da instituição com as melhores práticas em ESG. Ainda em ESG, o banco seguiu com sua agenda operacionalizando os programas sociais do Governo do Distrito Federal. Desde 2019, foram pagos R$ 1,3 bilhão em benefícios e alcançadas mais de 394 mil famílias. No trimestre, foram atendidos mais de 201 mil beneficiários e movimentados mais de R$ 154,1 milhões para os mais necessitados. Seguridade Na área de seguros, os principais destaques do período foram o aumento de 96,4% em previdência e 64,1% em consórcios, ambos na comparação com o mesmo período do ano passado. A emissão
GDF disponibiliza 4 mil vagas para castração gratuita de cães

Inscrições começam nesta segunda-feira (18); cirurgias serão agendadas entre setembro e dezembro em clínicas conveniadas em Ceilândia, Samambaia, Gama, Paranoá e Vicente Pires A Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal (Sema-DF) vai disponibilizar, nesta segunda-feira (18), quatro mil vagas para a segunda edição da campanha de castração gratuita para pets. Nesta edição, as vagas são destinadas somente para a espécie canina (cachorros e cadelas). Os tutores interessados podem se inscrever tanto de forma online quanto presencial. As cirurgias serão realizadas entre 25 de setembro e 15 de dezembro nas cinco clínicas conveniadas, em Ceilândia, Samambaia, Gama, Paranoá e Vicente Pires. Para o cadastro presencial, o tutor deve comparecer à Administração Regional de Samambaia, no dia 18 para castração de macho, e dia 19 para fêmea. As senhas serão entregues a partir das 8h nos dois dias. Não é necessário levar o pet nesta etapa, basta que o tutor apresente um documento oficial com foto. Já para se cadastrar de forma online, a Sema-DF irá disponibilizar, no site da pasta, um formulário, no dia 20, às 10h para cachorros e às 14h para cadelas. “A castração em si é gratuita, com anestesia intravenosa. Porém, se o animal precisar de anestesia inalatória, esse custo deve ser de responsabilidade do tutor, assim como eventuais exames pré-operatórios e medicamento pós-operatório”, afirmou a subsecretária de Proteção Animal da Sema, Edilene Cerqueira. Programa contínuo Paralelamente às campanhas lançadas, a Sema-DF disponibiliza, nas últimas quartas e quintas-feiras de cada mês, vagas remanescentes para castração gratuita de cães e gatos. O agendamento deve ser feito pelo portal do Agenda-DF e a confirmação é enviada para o e-mail cadastrado. Acesse o site da secretaria para conferir os contemplados do Agenda-DF do mês de setembro de 2023. | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Os tutores interessados podem se inscrever tanto de forma online quanto presencial
Número de reeducandos inseridos no mercado de trabalho triplicou desde 2019

Ao todo, 2.975 sentenciados atuam em funções dentro e fora do sistema prisional. Nova iniciativa vai aumentar a quantidade de contratos no âmbito privado Eles estão nas lavanderias dos hospitais e nos jardins das diversas regiões do Distrito Federal, bem como nos serviços de manutenção e em áreas administrativas. O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), oferece emprego e oportunidade de ressocialização para 2.975 reeducandos atualmente. O número mais do que triplicou em comparação ao registrado em 2019, quando havia em torno de 800 sentenciados contratados. Do total de reeducandos, 2.784 trabalham em ações externas pela Funap – ou seja, estão alocados em órgãos públicos, empresas privadas e no terceiro setor. Já 191 atuam dentro do sistema carcerário, no chamado trabalho interno. No total, são 90 contratos empregatícios. Há ainda 1.258 reeducandos que aguardam uma oportunidade de serviço. Criada pela Lei n° 7.533, de 2 de setembro de 1986, a Funap completou 37 anos de existência neste ano e, como comemoração, lançou um novo programa de inserção profissional de reeducandos. É o Capacita Funap, iniciativa que tem o propósito de disponibilizar mão de obra de apenados para empresas que manifestem interesse em receber esse tipo de auxílio. “A fundação vai contratar os reeducandos e disponibilizá-los nas empresas que se mostrarem interessadas durante três meses sem qualquer custo”, explica a diretora-executiva da Funap, Deuselita Martins. Ao final do período, a empresa poderá contratar os reeducandos e iniciar um novo processo de aprendizagem e ressocialização com novos participantes. Por outro lado, caso a empresa decida não efetivar nenhuma contratação, será suspensa do programa por um ano. Os custos dos reeducandos serão de responsabilidade da Funap – salário ressocialização, calculado a partir de três quartos do salário mínimo, equivalente a R$ 990, auxílio alimentação, vale-transporte e seguro-acidente. Pelo menos cinco empresas privadas já demonstraram interesse em participar do programa. “Queremos quebrar o estigma que ainda existe em relação a contratar um reeducando. O trabalho é um dos pilares principais na ressocialização. Os números demonstram que, dos reeducandos que estão inseridos no mercado de trabalho, a reincidência é de menos de 5%”, aponta a diretora-executiva. Atualmente, cerca de 200 reeducandos do total contratado atuam na rede privada. Os demais estão lotados em órgãos públicos e no terceiro setor. Os reeducandos cumprem pena no regime semiaberto com autorização para o trabalho externo e no regime aberto. Em troca, recebem uma bolsa ressocialização de 3/4 ou mais do salário mínimo, auxílio transporte e auxílio refeição. Aqueles que estão no semiaberto têm remição de pena, ou seja, para cada três dias trabalhados é descontado um dia na totalidade da pena que devem cumprir. Alçar novos voos O reeducando Pedro Almeida (nome fictício), 40 anos, encontrou na Funap uma chance de recomeço. Desde agosto de 2022, ele trabalha com o gerenciamento da fila de interessados nas vagas de emprego, auxiliando na organização da demanda e procura. Biólogo por formação e morador de Taguatinga, Pedro relaciona o retorno à vida em sociedade com o desenvolvimento de um pássaro. “É como se fossemos um passarinho que quebrou a asa e está machucado, mas quer voltar a voar. A Funap ajuda nesse processo, ajuda o reeducando a se inserir na sociedade, se ressocializar e aprender os valores corretos”, aponta Pedro, que ressalta a importância da autorresponsabilidade. “Quando você é preso, volta de lá sem confiança, moribundo, para baixo. A Funap te devolve a dignidade, faz você se sentir útil, faz você sentir que tem valor, o que é muito importante. A Funap dá a oportunidade, mas se a pessoa vai agarrar ou não, é com ela”, completa. A reeducanda Maria Santana (nome fictício), 40, tentou outros caminhos antes de procurar a Funap. “Mesmo tendo conhecido a fundação dentro do sistema (carcerário), demorei uns três meses aqui fora para buscar emprego por ela. Procurei em outros locais, só que quando chegava na hora de emitir o documento de nada consta, não dava certo. Aqui não, logo depois que cheguei, já sabia que ia trabalhar”, conta. Em abril, iniciou a jornada como assistente na gestão dos contratos da Funap, com a função de auxiliar na organização da demanda feminina por vagas de emprego. A oportunidade de ressocialização abriu novos horizontes para Maria, que pretende voltar a atuar na área de formação. Antes de ser detida, ela era analista de gestão de pessoas em órgãos públicos. “A fundação veio para mim como uma abertura de portas. Quando você sai do sistema, está totalmente sem chão, sem saber onde vai trabalhar, o que vai fazer da sua vida”, compartilha. “É a fundação é toda estruturada, desde o apoio dentro do sistema até aqui fora, faz toda a triagem, te recebe, te acolhe, te orienta sobre o que você deve fazer para se ressocializar. Hoje o meu trabalho é valorizado de igual para igual, é reconhecido, sou cobrada, e por isso tento fazer o melhor.” Exemplo da eficácia da ressocialização é o empresário Rafael do Nascimento da Silva, 38. Em 2018, quando estava detido, conheceu a Funap e começou a trabalhar, internamente, como cozinheiro. Quando saiu do presídio, foi contratado na área de manutenção e zeladoria, em que trabalhou até 2021. Atualmente, gerencia uma empresa de construção civil, focada em drywall, que contrata seis ex-reeducandos, entre pintores, eletricistas e outras especialidades. “A experiência na Funap me ajudou a me reerguer”, conta ele, que define o órgão como esperança. “Muitas pessoas que estão no presídio ficam conversando coisas que não convém e acabam se juntando para fazer o que não presta. Então, a partir do momento que se começa a ensinar que eles têm uma chance de trabalho e na sociedade, mudam o pensamento.” | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Atualmente, 2.975 reeducandos estão empregados e recebendo a oportunidade de ressocialização oferecida pela Funap. Em 2019, eram somente cerca de 800 sentenciados que estavam contratados
Chuvas no período de seca reforçam cuidado com focos do Aedes aegypti

Por meio de armadilhas contra os mosquitos e de visitas dos agentes ambientais, Secretaria de Saúde previne e orienta a população sobre os perigos da proliferação do transmissor da dengue e outras doenças Com as chuvas atípicas que, vez ou outra, refrescam a seca, a Secretaria de Saúde do DF (SES) chama a atenção dos brasilienses para o combate ao Aedes aegypti. Isso porque um ovo do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela consegue ficar até 400 dias sem contato com a água, só aguardando as primeiras gotas para eclodir. “Ao primeiro contato com a água, em até três horas, acontece o nascimento da larva”, explica o gerente de Vigilância de Vetores e Animais Peçonhentos e Ações de Campo da SES, Edi Xavier de Faria. “Daí, de sete a dez dias, dependendo da temperatura, já sai um mosquito pronto para picar as pessoas.” Levantamento elaborado pela SES aponta que o número de casos prováveis de dengue diminuiu 59,4% no Distrito Federal e que o índice de infestação do mosquito Aedes aegypti está em patamar considerado satisfatório, de acordo com um em 26.029 imóveis nas 35 regiões administrativas do DF durante agosto. Mas a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, alerta: “O período com maior intensidade de chuvas está prestes a começar, e o engajamento de toda a sociedade é fundamental para garantirmos esses números seguros. É preciso começar a agir agora”. Ações da Saúde Para auxiliar no combate, servidores da pasta buscam espalhar armadilhas de captura de ovos, sem o uso de inseticidas químicos. Conhecida como ovitrampa, a ferramenta é uma mistura de água limpa, larvicida e levedo de cerveja que, colocada em pontos estratégicos, reduz efetivamente a proliferação do mosquito e reúne informações sobre a distribuição e a densidade dos focos. Instaladas nas casas de moradores que estão no referenciamento geográfico da SES-DF, as armadilhas simulam um ambiente perfeito para a procriação do mosquito. Um recipiente é preenchido com água, que fica parada, atraindo o inseto. Nele, os pesquisadores inserem uma palheta de madeira para facilitar o depósito de ovos pela fêmea. Cada ovitrampa atinge um raio de 200 metros e em média contém até 300 ovos. “É uma tecnologia de sucesso, pois são vários mosquitos a menos circulando em nosso território, uma vez que [o equipamento] impede que os ovos eclodam”, explica o agente de Vigilância Ambiental da SES-DF João Bosco de Carvalho. A dengue escondida na seca Apesar de o DF indicar redução de casos e um cenário contrário ao resto do país – que, segundo dados do Ministério de Saúde, já ultrapassou a marca de 1 milhão de casos prováveis de dengue e 635 óbitos confirmados -, os cuidados devem ser constantes e ir além das armadilhas e da época chuvosa. A recomendação é que, ainda que na seca, cada morador retire das áreas externas objetos que podem acumular água – latas, garrafas, pneus, potes e brinquedos, por exemplo. A atenção também precisa ser redobrada nos vasos de plantas, onde deve ser colocada areia até a borda; com as calhas, que devem ser mantidas desobstruídas, e com as caixas-d’água, que precisam estar tampadas. O objetivo é evitar que os recipientes sejam usados como depósitos pelo mosquito fêmea. “A chuva atípica chamou a nossa atenção para uma série de cuidados que precisam ser mantidos no período seco”, avalia o diretor da Vigilância Ambiental (Dival) da SES-DF, Jadir Costa Filho. “Muitas vezes, as pessoas se descuidam por não estarem potencialmente criando um depósito, só que o ovo do mosquito é muito resistente: pode ficar mais de um ano ali sem ter contato com água até ter uma chuva.” Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença. Porém, idosos e portadores de enfermidades crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações fatais. Olho vivo nas plantas Outro ponto fundamental para a população ficar atenta é com os recipientes utilizados para plantas em varandas, jardins ou mesmo em espaços fechados. O Lago Norte é a região administrativa que melhor demonstra essa situação: mesmo com o período da seca, a situação de infestação pelo Aedes aegypti foi classificada como de alerta, com larvas do mosquito tendo sido encontradas em cerca de 2,08% das residências visitadas. A maioria desses focos estava em vasos e frascos com água, pratos, pingadeiras e pequenas fontes ornamentais, além de bebedouros e recipientes de degelo de refrigeradores. “Estamos na seca, mas esses pontos têm acúmulo de água por conta da ação humana”, reforça Edi Faria. Outra região administrativa classificada como em situação de alerta foi Arapoanga, com 1,15% das residências tendo apresentado larvas do mosquito. O mesmo tipo de recipiente foi registrado na hora de localizar as larvas. Veja, abaixo, os principais sintomas da dengue. → Febre alta, maior do que 38°C → Dor no corpo e articulações → Dor atrás dos olhos → Mal-estar → Falta de apetite → Dor de cabeça → Manchas vermelhas pelo corpo. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde Chamadas de ovitrampas, as armadilhas são deixadas nas casas de moradores que estão no referenciamento geográfico da SES-DF e simulam um ambiente perfeito para a procriação do mosquito
Escola na zona rural de Planaltina recebe acesso asfaltado

Investimento de R$ 2,5 milhões leva dignidade para pais, professores e cerca de 50 alunos da Escola Classe Estância Pipiripau. Obra foi entregue pela vice-governadora Celina Leão no sábado (16) Enfrentar poeira ou lama para chegar à Escola Estância Pipiripau, em Planaltina, é coisa do passado. A vice-governadora Celina Leão entregou, na manhã deste sábado (16), a pavimentação da via de acesso ao colégio. A obra beneficia cerca de 50 estudantes de 4 a 12 anos, além dos funcionários da unidade de ensino e da comunidade local. O Governo do Distrito Federal (GDF) investiu cerca de R$ 2,5 milhões no asfaltamento. Comandada pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) por meio do projeto Caminho das Escolas, a obra foi executada em um trecho de 1,5 km, que liga a escola à DF-345. Além da pavimentação, a pista ganhou ciclofaixa, sinalização viária e um estacionamento, construído em frente à escola. Foram utilizadas cerca de 1.600 toneladas de massa asfáltica no serviço. “É uma alegria trazer esse conforto para que as crianças possam chegar à escola sem poeira. A gente muda a vida desses alunos e desses professores, além de valorizar aquilo que é fundamental: a educação”, comentou a vice-governadora do Distrito Federal. “E é importante dizer que essa foi uma obra feita inteiramente pelas mãos dos servidores do DER, que estão de parabéns.” A unidade distrital do Departamento de Estradas de Rodagem é uma das poucas do país que consegue fazer uma obra por execução direta, com equipamentos e servidores próprios, de acordo com o presidente da instituição, Fauzi Nacfur Junior. “É uma satisfação ver que o GDF reconhece o poder de execução do DER-DF e dá as condições necessárias para que a gente realize esse tipo de melhoria”, comemorou. Fauzi ressaltou que, atualmente, o GDF não faz nenhuma via sem construir uma ciclovia ou ciclofaixa ao lado. “A gente quer tirar o cidadão do carro e trazer para a mobilidade sustentável, valorizando modais como a bicicleta”, observou. “Tanto que o DF hoje tem a segunda maior malha cicloviária do Brasil, perdendo apenas para São Paulo.” Dignidade Secretária de Educação, Hélvia Paranaguá reforçou que o Caminho das Escolas não traz apenas o asfalto para a porta das instituições de ensino. “É um projeto que traz também melhoria na qualidade de vida dos alunos e dos professores”, afirmou. “Na temporada de chuva, os ônibus atolavam aqui no Pipiripau. Na seca, as crianças chegavam todas empoeiradas. Então, é uma obra como essa traz dignidade para a comunidade”, completou. O diretor da Escola Estância Pipiripau, Raphael da Silva Santos, afirma que a pavimentação era esperada há mais de uma década e que influencia no desenvolvimento dos estudantes – com mais conforto e segurança, sobra mais tempo para que os pequenos alunos se dediquem à aprendizagem. O colégio oferece três turmas multisseriadas e conta com 16 funcionários. “Não ter mais terra na porta da escola ajuda na sala de aula e na limpeza da escola. As crianças não sujam mais os pés ao chegarem. Foi muito bom também para os funcionários, pois sofríamos muito com a poeira e a lama”, comenta Soares, que trabalha na unidade desde 2012. “Atendemos filhos de caseiros, chacareiros, produtores rurais, moradores dos assentamentos próximos à escola… O asfalto, para eles, é motivo de festa.” Criado em 2019, o projeto Caminho das Escolas tem como objetivo investir na pavimentação de vias próximas às instituições. Os acessos asfaltados já somam mais de 50 km. Entre as instituições de ensino atendidas, estão as escolas classes de Lamarão, Cariru e Jardim II, no Paranoá, e Sonhém de Cima e Santa Helena, em Sobradinho. Todo o processo, desde a equipe e maquinário mobilizado, são de responsabilidade do DER-DF. Foto: Lucio Bernardo Jr/Agência Brasília Foram utilizadas cerca de 1.600 toneladas de massa asfáltica no serviço
Ministério cria GT para frear violência contra indígenas no Amazonas

Entidades foram à ONU, juntamente com o Ministério Público Federal, denunciar cenário de desnutrição, abandono e violência enfrentado pela etnia Madiha Kulina O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) determinou a criação de um grupo de trabalho (GT) para que sejam estabelecidas ações de combate à desnutrição, ao abandono e à violência que os Madihas Kulinas enfrentam no sudoeste do Amazonas. Integrantes da pasta visitaram a região entre os dias 22 e 26 de agosto. “Diante da situação de alta vulnerabilidade identificada entre os povos da calha do rio Juruá, decidiu-se pela instalação de um grupo de trabalho para tratar das necessidades identificadas.” “O GT está em fase de elaboração e será composto por organizações da sociedade civil, do governo federal e prefeituras locais, para implementar ações de combate à desassistência que os povos vêm enfrentando e, assim, garantir a efetiva presença do Estado na região”, diz o ministério em nota. Em agosto, o MPI, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) assinaram termos de compromisso com o Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas e com as prefeituras de Eirunepé (AM) e Ipixuna (AM) para apoiar uma rede de atenção aos Madihas Kulinas e aos demais povos da região. A etnia vem sofrendo com diversas violações de direitos. O cenário é de desnutrição infantil, insegurança alimentar, abandono, estupro, suicídio e mortes violentas. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, uma reportagem do veículo mostrando a realidade da etnia motivou a decisão da pasta na última quarta-feira (13). Relatório enviado à ONU Um relatório com documentos e fotos, enviado à Organização das Nações Unidas (ONU), descreve a retenção de cartões de benefícios sociais e uma rede de dívidas contraídas por quem vai às cidades mais próximas dos territórios para acessar o Bolsa Família. Alguns dos registros datam deste ano, mas parte das imagens contidas no documento não tem informação precisa sobre datas. “As demandas estão, de modo geral, relacionadas às dificuldades de acesso dos indígenas aos programas de promoção aos direitos sociais e às políticas de educação e saúde. Foram narradas ainda pelas lideranças várias situações de violência sofridas quando da estadia dos indígenas nas sedes dos municípios”, segue o comunicado. Um grupo de entidades em parceria com o MPF decidiu ir à ONU com as denúncias, diante da gravidade da situação dos indígenas, que começou a piorar a partir de 2010, bem como falta de ação do poder público. A etnia Madiha Kulina, de acordo com dados do Instituto Socioambiental (ISA), está em 10 terras indígenas, concentradas no médio rio Juruá (AM) e no alto rio Purus (AC), e com população de 7,2 mil pessoas. Foto Agência Estado