23/02/2025

Tarcísio avisa aliados que aceita disputar Planalto em 2026 se Bolsonaro quiser

Foto: Alan Santos/PR

Nesta segunda-feira (17), Tarcísio participou de um evento do PL em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde reafirmou que Bolsonaro é o candidato do partido para a próxima eleição

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem dito a aliados desde o fim de semana que aceitará disputar a Presidência em 2026 se esse for o desejo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Apesar disso, segundo integrantes do governo e membros do PL que disseram ter ouvido suas declarações, ele ainda prefere tentar a reeleição, avaliando que suas chances de vitória seriam maiores no estado.

Essa preferência se manteria mesmo com a queda acentuada da popularidade do presidente Lula (PT) em uma eventual disputa nacional.

Nesta segunda-feira (17), Tarcísio participou de um evento do PL em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde reafirmou que Bolsonaro é o candidato do partido para a próxima eleição.

“Nossa responsabilidade é trabalhar para que, em 2026, a prosperidade e a esperança retornem. E a nossa esperança é a maior liderança da direita, que hoje está no PL e que vai voltar a ser o nosso presidente da República, que é Jair Messias Bolsonaro”, disse.

O discurso ignorou o fato de que o ex-presidente está inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A punição ocorreu por abuso de poder, em razão do uso político do 7 de Setembro e da reunião em que Bolsonaro fez declarações falsas sobre as urnas eletrônicas em reunião com embaixadores em 2022.

Tarcísio já havia declarado publicamente que o candidato da direita em 2026 seria Bolsonaro “ou quem ele indicar”, deixando aberta a possibilidade de seu próprio nome entrar na disputa. No ano passado, o governador também já havia sinalizado a aliados que não negaria um eventual pedido do ex-chefe para que ele concorresse à Presidência.

Após a divulgação da pesquisa Datafolha que apontou queda na aprovação de Lula e uma conversa com Bolsonaro no fim de semana, o governador reforçou essa sinalização e admitiu que aceitaria concorrer, caso fosse convocado pelo ex-presidente.

Um aliado disse que ambos conversaram após a divulgação da pesquisa.

Além disso, Bolsonaro afirmou que ouviu de um dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que haveria poucas chances de ele escapar de uma nova condenação, desta vez criminal, sob acusação de participação em um plano para um golpe de Estado desenhado no fim de seu mandato.

Em Brasília, a expectativa é que a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente seja apresentada ainda nesta semana.

Segundo um integrante do governo paulista, Tarcísio mantém uma moral vinda do Exército, baseada em lealdade e respeito à hierarquia, o que reflete em sua relação com Bolsonaro. Isso o impediria de se posicionar de forma mais incisiva sobre o tema. Mesmo assim, esse aliado avalia que o governador ainda não tem convicção sobre sua candidatura ao Planalto.

Outro secretário afirma que Tarcísio sempre disse a aliados que gostaria de buscar a reeleição.

OBSTÁCULOS PARA TARCÍSIO

Para três parlamentares do PL ouvidos pela Folha, o plano eleitoral de Bolsonaro reduz as possibilidades do governador.

De acordo com um deles, o plano é que o ex-presidente insista em sua pré-candidatura até o registro da chapa, como fez Lula em 2018.

Isso criaria uma complicação para a escolha de Tarcísio, já que ele teria que se afastar do cargo de governador em abril, segundo a lei eleitoral. Assim, teria que aguardar até agosto, prazo máximo para o registro, para assumir a vice nesse acordo, sem o governo e sem a cabeça de chapa.

Nesse cenário, o governador teria pouco tempo para construir uma campanha nacional, caso a Justiça Eleitoral mantenha a inelegibilidade do ex-presidente.

Também é arriscado, diz um dos parlamentares, tirar uma das principais lideranças da direita de uma posição importante como a de governador de São Paulo. Tarcísio correria o risco de derrota para Lula e poderia acabar sem cargo.

Além disso, aliados de Bolsonaro afirmam que sua sucessão deve permanecer “em família”. Quando sua inelegibilidade for confirmada, ele pretenderia apoiar seu filho Eduardo Bolsonaro (deputado federal pelo PL paulista) ou, em segundo plano, sua esposa Michelle Bolsonaro (PL).

Diante desse quadro, integrantes do PL avaliam que as declarações de Tarcísio no evento de Guarulhos não foram apenas um gesto de apoio a Bolsonaro, mas também uma forma de garantir o respaldo do partido para sua reeleição em São Paulo.

O PL quer indicar o próximo vice-governador na chapa de 2026. O cargo atualmente é ocupado por Felício Ramuth (PSD), aliado de Gilberto Kassab (PSD).

Tribuna livre, com informações do FOLHAPRESS

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