Os três tipos estão acessíveis no sistema de saúde pública e são aplicados em diversas circunstâncias, incluindo triagem, confirmação de casos e notificação epidemiológica.
Com o aumento dos casos de dengue no Distrito Federal, a rede pública de saúde intensificou a realização de testes para o diagnóstico da doença. Diariamente, uma média de 600 testes rápidos estão sendo conduzidos. Esses exames são utilizados nas unidades básicas de saúde (UBSs) e tendas de acolhimento para realizar triagem em pacientes que apresentam sintomas, mas não manifestam todos os sinais da dengue clássica, que incluem febre, mal-estar, dor no corpo, dor atrás dos olhos, dor nas articulações, náusea e vômito.
O teste rápido é aplicado do primeiro ao nono dia de sintomas, permitindo fechar o diagnóstico clínico em pacientes que não exibem os sintomas clássicos. Essa abordagem visa adiantar o tratamento e os exames de notificação para casos ainda no início dos sintomas, conforme explica a enfermeira Raquelini Campoe da UBS 2 de Ceilândia.
A coleta de sangue é realizada para o teste rápido, e o material é processado em um tubo, homogeneizado e aplicado em um dispositivo de teste. O resultado é obtido em 15 minutos, sendo uma barra indicativa de sucesso no exame, mas ausência de reagente. A positividade para a doença é confirmada com a presença de duas barras.
Em caso de resultado positivo, a Secretaria de Saúde (SES-DF) é notificada, e são solicitados os exames RT-PCR e sorologia Elisa IgM para confirmar o diagnóstico da dengue, identificando o sorotipo no caso do PCR, além de avaliar zika vírus e chikungunya para fins epidemiológicos. O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) analisa esses testes a partir das amostras colhidas na Atenção Primária, com resultados podendo ser obtidos em até cinco dias úteis.
Em situações de confirmação da doença, na própria UBS são realizados exames complementares, como hemograma e dosagem de enzimas hepáticas, assegurando um acompanhamento abrangente. A UBS serve como porta de entrada, estabelecendo o fluxo na Atenção Básica, com suporte da Atenção Secundária para casos que necessitam de hospitalização. A maioria dos casos de dengue é tratada na Atenção Primária, garantindo um cuidado integral, como destacado pela profissional de saúde.
A aposentada Maria de Lurdes Guedes Fonseca, 82 anos, relatou ter confirmado o diagnóstico de dengue na UBS 2 de Ceilândia. Após mais de uma semana de sintomas, ela buscou atendimento médico, fez o teste rápido, teve resultado positivo e foi encaminhada para receber soro intravenoso para reidratação. Mesmo os testes negativos continuam sendo investigados na rede pública de saúde, já que a possibilidade de falso negativo não exclui o diagnóstico, como explicou a enfermeira.
Tribuna Livre, com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)