27/11/2025

Trump ameaça cortar contratos de Musk com governo — e briga cresce

Espetacular briga entre o homem mais rico do mundo e o presidente americano chamou a atenção do planeta - (crédito: BBC Geral)

Os ânimos entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o bilionário Elon Musk parecem ter chegado ao ápice nesta quinta-feira (05/06).

O que acontece quando a pessoa mais rica e o político mais poderoso do mundo entram numa briga acirrada?

O mundo pode estar prestes a descobrir.

Um desentendimento entre Elon Musk e Donald Trump começou em fogo brando na semana passada, começou a borbulhar na quarta-feira (04/06) e agora está a todo vapor.

E, como tudo o que esses dois homens fazem, está se espalhando para o público.

Ambos têm dois dos maiores megafones do mundo e claramente gostam de usá-los.

Em declarações no Salão Oval na tarde desta quinta-feira (05/06), Trump soou um pouco como um “amante rejeitado”.

Ele expressou surpresa com as críticas de Musk à sua “grande e bela” proposta tributária e orçamentária; refutou a ideia de que teria perdido a eleição presidencial do ano passado sem as centenas de milhões de dólares de apoio de Musk; e disse que Musk só estava mudando de ideia agora porque sua montadora, a Tesla, seria afetada negativamente pela pressão republicana para acabar com créditos fiscais para veículos elétricos.

Em sua rede social, a Truth Social, o presidente também abriu fogo contra o empresário.

“A maneira mais fácil de economizar dinheiro em nosso orçamento, bilhões e bilhões de dólares, é encerrar os subsídios e contratos governamentais de Elon Musk”, postou Trump.

Por sua vez, Musk recorreu à sua rede social, o X, com uma resposta típica da geração X: Whatever (algo como “tanto faz” ou “não importa”).

O empresário disse que não se importava com os subsídios para carros, mas sim com a redução da dívida nacional, que, segundo ele, representa uma ameaça existencial para os EUA.

Musk chamou Trump de “ingrato” pelo apoio na campanha eleitoral de 2022 e insistiu que os democratas teriam vencido sem ele.

O empresário também sugeriu, sem provas, que Trump apareceria em arquivos não divulgados, mantidos pelo governo, relacionados ao falecido bilionário Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais.

No ano passado, documentos judiciais divulgados por um juiz listaram diversas figuras públicas ligadas a Epstein. Trump foi citado em um dos documentos. Entretanto, ser citado nos documentos não implica em indício de irregularidade, e não houve alegações contra Trump.

Musk e Trump formaram uma aliança poderosa, mas improvável, que culminou com o bilionário da tecnologia assumindo uma posição-chave de autoridade em cortes orçamentários no governo Trump.

O Departamento de Eficiência Governamental de Musk, o Doge, tornou-se um dos destaques dos primeiros 100 dias de Trump — fechando agências inteiras e demitindo milhares de funcionários públicos.

Não demorou muito, no entanto, para que começassem as especulações sobre quando e como os dois acabariam se desentendendo.

Por um tempo, pareceu que essas previsões estavam equivocadas.

Trump apoiou Musk mesmo quando este via sua popularidade cair e suas divergências com funcionários do governo aumentarem.

Sempre que parecia que alguma desavença estava prestes a acontecer, Musk era fotografado no Salão Oval, na Sala do Gabinete ou em um voo presidencial no Air Force One rumo a Mar-a-Lago, o clube privado de Trump na Flórida.

Quando o prazo de 130 dias de Musk no cargo de “funcionário especial do governo” terminaram na semana passada, ele e o presidente tiveram uma despedida amigável no Salão Oval — com chave de ouro para a Casa Branca e indícios de que Musk poderia retornar um dia.

Fica óbvio agora que qualquer convite foi retirado e as fechaduras foram trocadas.

“Elon e eu tínhamos um ótimo relacionamento”, disse Trump na quinta-feira.

Destaca-se o uso do pretérito no comentário.

Há quem pense que Trump, ao anunciar na quarta-feira proibições a viagens de cidadãos de certos países e novas sanções a Harvard, seria uma tentativa de desviar o foco das críticas a Musk.

A Casa Branca e seus aliados no Congresso pareceram cautelosos em não reagir às críticas do empresário.

Então Trump se manifestou e… whatever.

Agora a questão é para onde a disputa vai.

Os republicanos no Congresso podem ter mais dificuldade em manter seus membros apoiando o projeto de lei de Trump, enquanto Musk contribui com seu discurso favorável à quebra de regras.

Trump, que se orgulha de ser um contra-atacante impávido, terá muitas oportunidades de atacar Musk.

O que acontecerá com os aliados de Musk no governo Trump, os contratos governamentais com empresas ligadas a Musk ou as investigações da era Biden sobre os negócios de Musk?

Se Trump virar a máquina do governo contra Musk, o bilionário da tecnologia sofrerá. O preço das ações da Tesla caiu na quinta-feira.

Mas Musk também tem recursos quase ilimitados para responder, inclusive financiando concorrentes insurgentes nas eleições e primárias do próximo ano.

Ele pode não vencer uma luta contra todo o governo Trump, mas pode cobrar um alto preço político.

Enquanto isso, os democratas estão à margem, sem saber como responder. Poucos parecem dispostos a acolher Musk, um ex-doador do partido, de volta.

Mas também existe o velho ditado de que o inimigo do inimigo é um amigo.

“É um jogo de soma zero”, disse Liam Kerr, estrategista democrata, ao site jornalístico Politico.

“Qualquer coisa que ele faça que se aproxime mais dos democratas prejudica os republicanos.”

No mínimo, os democratas parecem dispostos a recuar e deixar os dois homens se atacarem.

E até abandonarem essa briga, o barulho provavelmente abafará todo o resto da política americana.

Mas não espere que essa briga termine tão cedo.

“Trump tem 3 anos e meio como presidente”, escreveu Musk no X, “mas eu estarei por aqui por mais de 40 anos.”

Tribuna Livre, com informações da BBC News

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