Ação foi motivada pela divulgação de uma carta de aniversário que teria sido enviada por Trump a Jeffrey Epstein. O documento foi divulgado por políticos e publicado pelo jornal, mas Trump nega a autoria
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira que iniciou um processo de 15 bilhões de dólares (79 bilhões de reais na cotação atual) contra o jornal The New York Times por difamação e calúnia.
Em seu novo mandato na Casa Branca, o presidente republicano de 79 anos intensificou sua habitual hostilidade em relação aos meios de comunicação tradicionais, atacando repetidamente jornalistas críticos, restringindo seu acesso ou processando profissionais da imprensa.
O jornal de Nova York informou na semana passada que Trump havia ameaçado iniciar ações legais pela publicação de artigos sobre uma carta de aniversário supostamente enviada por ele ao financista e criminoso sexual falecido Jeffrey Epstein.
A carta contém uma mensagem datilografada inserida no contorno desenhado de uma mulher nua. O presidente dos Estados Unidos nega que a assinatura que acompanha o texto seja dele.
“O New York Times teve permissão para mentir, caluniar e me difamar livremente por muito tempo, e isso acaba AGORA!”, escreveu em sua plataforma Truth Social.
“Hoje, tenho a grande honra de apresentar uma ação por difamação e calúnia de 15 bilhões de dólares contra o The New York Times”, afirmou o presidente americano.
A ação também é direcionada contra quatro repórteres do jornal e à editora Penguin Random House, segundo a demanda de 85 páginas apresentada em um tribunal distrital da Flórida.
– “Décadas de difamação” –
O documento cita três artigos publicados entre setembro e outubro do ano passado e um livro dos jornalistas Russ Buettner e Susanne Craig.
“O livro e os artigos fazem parte de um padrão de décadas de difamação intencional e maliciosa do New York Times contra o presidente Trump”, afirma a ação, com data de 15 de setembro de 2025.
O jornal não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da AFP.
Em sua mensagem, Trump classificou o prestigioso jornal como “um dos piores e mais degenerados jornais da história” do país. Ele acusa o NYT de ser “um verdadeiro ‘porta-voz’ do Partido Democrata de esquerda radical” e de ter apoiado Kamala Harris durante a última campanha presidencial.
O New York Times “está há décadas mentindo sobre seu presidente favorito (EU!), minha família, meus negócios”, acrescentou.
A ação apresentada na Flórida solicita 15 bilhões de dólares em compensação por danos, além de uma indenização punitiva adicional “por um valor que será determinado no julgamento”.
Esta não é a primeira vez que o magnata republicano apresenta um processo contra grupos de imprensa que considera hostis.
Em julho, ele reivindicou pelo menos 10 bilhões de dólares (53 bilhões de reais na cotação atual) por difamação ao Wall Street Journal após a publicação de um artigo que atribuiu ao presidente uma carta obscena enviada a Epstein.
No mesmo mês, o grupo Paramount concordou em pagar 16 milhões de dólares (85 milhões de reais na cotação atual) para encerrar uma ação movida por Trump devido à cobertura eleitoral da CBS News, que pertence à corporação.
Tribuna Livre, com informações do New York Times