Presidente do PL calcula apoio de 300 deputados à proposta, que conta com a articulação do governador Tarcísio de Freitas
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta quarta-feira (3/9) que a oposição já reúne votos suficientes no Congresso para aprovar uma anistia ampla aos condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 — incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a proposta ainda passa por ajustes, mas deve avançar após a conclusão do julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Estamos preparando isso para depois do julgamento. Nós temos número para isso, algo em torno de 300 votos na Câmara”, disse em entrevista à GloboNews, destacando o apoio de partidos como PP, União Brasil, Republicanos e PSD.
Valdemar voltou a criticar a condução dos processos no STF, alegando que os réus do 8 de Janeiro não teriam acesso pleno à defesa. “Defesa tem, mas é só num grau. Se eles errarem, você não tem como recorrer. Eu estou falando é sobre a questão de recursos, não de defesa”, afirmou. Para ele, Bolsonaro e os demais acusados deveriam ser julgados na primeira instância, com possibilidade de apelação em instâncias superiores.
As declarações ocorrem em meio ao julgamento de Bolsonaro e outros sete réus pela Corte, iniciado na terça-feira (2/9). Ainda ontem, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Alencar (RJ), já havia cobrado celeridade do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pautar a anistia.
No Senado, a disputa também se intensifica. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), sinalizou que pretende levar a plenário um texto alternativo, em contraponto à versão defendida pelo PL, que exige anistia irrestrita.
Papel de Tarcísio e 2026
Valdemar também confirmou a participação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nas articulações em favor da medida. O movimento amplia o peso político da proposta dentro do campo da oposição.
Em relação à sucessão presidencial de 2026, o presidente do PL reafirmou que o partido seguirá a indicação de Jair Bolsonaro, caso o ex-presidente permaneça inelegível. “Se for o Eduardo Bolsonaro, apoio o Eduardo. O Eduardo é o nosso candidato”, disse, em referência ao deputado federal que, atualmente, está nos Estados Unidos atuando em articulações internacionais contra ministros do STF e em defesa de sanções ao Brasil.
Tribuna Livre, com informações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto