Ministro da Previdência afirma que congressistas podem procurar desgastar adversários com informações sigilosas.
O ministro Wolney Queiroz (Previdência) disse que se “preocupa” com o risco de vazamento de informações sigilosas na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O colegiado deve começar a funcionar em agosto.
Queiroz foi deputado federal (PDT-PE). Disse que congressistas podem decidir vazar informações sigilosas para prejudicar adversários. “Eu acho que isso não é bom para a sociedade”, afirmou em entrevista.
O ministro citou o risco de que as disputas entre congressistas na CPI resultem em suspensão do ressarcimento dos aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos para o pagamento de associações.
“Eu tenho medo que […] de alguma maneira ocorra o atraso do ressarcimento, a coisa que a gente menos gostaria de ver”, afirmou.
Ele disse esperar que os ressarcimentos de cerca de R$ 3 bilhões sejam feitos até o final de 2025. O INSS identificou 9 milhões de aposentados e pensionistas com descontos. Quem considerar que teve desconto indevido deve se comunicar com o INSS.
CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli autorizou o governo a pagar o ressarcimento pelos desvios fora da meta fiscal. Isso deve ser feito por meio de crédito extraordinário a ser aprovado pelo Congresso.
Queiroz disse que um dos riscos com a CPI é que atrapalhe a aprovação do crédito extraordinário, o que poderia atrasar o pagamento.
Ele disse que é pequena a chance de a comissão descobrir informações novas. “Dificilmente ele [congressista] vai conseguir ter algum dado diferente do que a Polícia Federal já conseguiu”, afirmou.
Os descontos de aposentados e pensionistas para o pagamento de associações estão suspensos. Não há previsão para serem retomados. Queiroz disse que haverá revalidação anual dos descontos quando isso for feito.
Tribuna Livre, com informações do Ministério da Previdência